Paraguai pede ao Brasil extradição de ex-prefeito que mandou matar jornalista
Assunção, 30 mar (EFE).- O Paraguai entregou nesta segunda-feira ao Brasil a solicitação formal de extradição do ex-prefeito Vilmar Acosta do governista Partido Colorado, detido em março e acusado de ser o mandante do assassinato de um jornalista e sua assistente, além de envolvimento com o tráfico de drogas, informou a Chancelaria paraguaia.
O embaixador do Paraguai em Brasília, Manuel María Cáceres, acompanhado do diretor de Assuntos Legais da Chancelaria, Rubén Darío Ortíz, entregou um precatório que solicita manter a prisão preventiva e a posterior ordem de extradição de Acosta, que governou a cidade de Ypehú, no departamento de Canindeyú.
Ele foi preso no último dia 4 em Naviraí, no Mato Grosso do Sul, após passar cinco meses foragido da Justiça paraguaia, que o buscava por ser o mentor intelectual do assassinato do correspondente do jornal paraguaio “ABC Color” Pablo Medina e de sua assistente, Antonia Almada, em outubro de 2014. Além disso, o ex-prefeito era acusado de produzir, armazenar e traficar maconha.
Medina era conhecido por suas investigações jornalísticas no departamento de Canindeyú, principal região de produção de maconha e de tráfico de cocaína do Cone Sul.
Segundo um comunicado da Chancelaria paraguaia, o documento foi entregue pelas autoridades paraguaias ao encarregado da Divisão de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Alberto Simas Magalhães.
O representante brasileiro mostrou “a melhor predisposição” para “tramitar com a maior rapidez possível o pedido do governo paraguaio no marco da cooperação jurídica bilateral”, segundo a Chancelaria paraguaia.
Após várias reuniões entre autoridades de ambos os países, o pedido foi realizado conforme o Acordo de Extradição do Mercado Comum do Sul (Mercosul), integrado por Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e Venezuela.
Em 2014, quatro jornalistas foram assassinados no Paraguai por grupos vinculados ao crime organizado e à política, segundo o Sindicato de Jornalistas Paraguaios (SPP).
No último dia 5, o locutor Gerardo Servián foi assassinado em Ponta Porã, cidade do Mato Grosso do Sul que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. O assassinato foi a 200 metros da divisa territorial.
O último relatório sobre a liberdade de imprensa elaborado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) situa o Paraguai no posto 105 de um total de 180 países. EFE
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