Parente diz não ter conhecimento se corrupção na Petrobras acabou

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/06/2016 13h39
José Cruz/Agência Brasil Pedro Parente

O novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, que tomou posse nesta quinta-feira (2), disse não ter conhecimento se ainda há focos de corrupção na empresa. “Não posso dizer o que não tenho conhecimento. O que posso afirmar é que a empresa toma todas as medidas para buscar indícios entre fornecedores e funcionários que tenham praticado ou estão praticando esse tipo de ato”.

O presidente do conselho de administração, Nelson Guedes, destacou o trabalho desenvolvido pela ex-ministra do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie. Contratada para liderar o comitê especial de investigação, Ellen trabalhou, há um ano, identificando irregularidades e, segundo Guedes, não há data para a conclusão do trabalho, relembbrando a atuação da diretoria de governança corporativa, chefiada por João Ellek, no combate à corrupção. 

Política de preços

Segundo Parente, a política de preços de combustíveis da Petrobras será construída como “um processo de aprendizado”. O executivo afirmou que a política é determinada pela equipe da empresa e que o tema não foi discutido com o presidente da República em exercício, Michel Temer.

“A política de preços é determinada pelo ponto de vista empresarial da petrolífera. Isso tem a ver com as opções de toda empresa com liberdade para fixar seus preços, ela olha competidores, custo e o passado. Dado que a experiência recente não foi assim, é um processo de aprendizado que a gente quer transformar em algo natural”.

Legislação

Sobre as mudanças na legislação, o gestor ponderou que o interesse da companhia é ter o direito de preferência. “Não achamos que seja razoável que a estatal se veja obrigada a participar de explorações que não sejam adequadas para seus interesses”.

Parente indicou que não conversou sobre eventuais projetos de venda de ativos no pré-sal, mas reforçou que não vai se basear em “dogmas” na avaliação de oportunidades de desinvestimentos.

“A busca da função social da empresa não pode se dar com prejuízo da responsabilidade financeira e econômica. Isso estaria prejudicando sua possibilidade de sobrevivência e ameaçaria seu futuro. A função social não pode ser à custa de projetos que não tenham retorno”.

Desafio

O presidente da Petrobras concluiu a coletiva falando do desafio pessoal de assumir a direção da petroleira. “Junto com o apagão de 2001, a Petrobras é o meu maior desafio”.

Ele se disse “impactado” pelo convite de presidir a companhia e criticou suas gestões anteriores. “O que aconteceu com a Petrobras foi um absurdo. É inominável o que foi feito”, crava.

Na entrevista, o novo timoneiro contou que vai negociar com a empresa fornecedora de plataformas Sete Brasil o número de embarcações que vai contratar seguindo os interesses da companhia para acelerar a exploração e a produção do pré-sal, prioridade em sua gestão ao lado do equacionamento da dívida. Ele disse também que as discussões em torno da cessão onerosa continuam em andamento.

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