Parentes que mataram paquistanesa a pedradas são condenados à morte
Islamabad, 19 nov (EFE).- Um tribunal do Paquistão condenou nesta quarta-feira à morte quatro parentes de uma mulher morta à pedradas por ter se casado com um homem contra a vontade de sua família.
A Corte Suprema de Lahore, no leste do Paquistão, condenou o pai, um irmão, um primo e um namorado da jovem assassinada, também primo dela, por terem lançado tijolos até matá-la em frente a um fórum da cidade em maio, decidiu o juiz Qasim Khan.
A sentença impôs a cada um deles multa de 100 mil rúpias paquistanesas (R$ 2.500), e condenou a dez anos de prisão e ao pagamento do mesmo valor outro irmão da mulher.
O advogado e porta-voz dos tribunais da cidade, Muhamed Ajmal, explicou à Agência Efe que a mulher, Farzana Bibi, de 25 anos, tinha abandonado fazia um ano a casa de sua família para se casar.
A jovem denunciou à polícia as ameaças de morte de sua família contra ela e seu marido, que foram atacados por seus parentes quando iam para uma audiência relacionada à denúncia.
A única pessoa que não fugiu da cena do crime foi o pai de Farzana, que foi detido imediatamente após admitir à polícia que o assassinato se deveu a uma “questão de honra”, pois sua filha tinha casado com o homem que amava sem seu consentimento.
Ele já havia denunciado o marido de sua filha por sequestro.
As penas de morte tinham sido suspensas durante anos no Paquistão e muitas delas foram comutadas em prisão perpétua, mas o governo eleito em 2013, da conservadora Liga Muçulmana-N, decidiu não prorrogar a suspensão de execuções.
Um acusado pode ser condenado à pena capital por 28 crimes diferentes no Paquistão, e oito mil pessoas estão no corredor da morte em suas prisões.
Os chamados “crimes de honra” são muito frequentes no Sul da Ásia e costumam envolver homens que consideram ter recebido uma afronta que transgrida a conservadora moral familiar das sociedades locais. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.