Paris diz adeus aos cadeados do amor

  • Por Agencia EFE
  • 01/06/2015 14h03

Paris, 1 jun (EFE).- Paris se despede para sempre nesta segunda-feira dos milhares de cadeados pendurados nas corrimões da Pont dês Arts, símbolo do amor para uns e de vandalismo para outros.

Sob o olhar curioso de dezenas de turistas decepcionados por não poderem passar pela ponte, os operários de Paris começaram a cortar com serra elétrica os 37 painéis que protegem os corrimões.

Eles serão substituídos por painéis transparentes que serão instalados a partir de outubro na ponte.

“Acabaram com os cadeados!”, declarou alegremente o vice-prefeito, Bruno Julliard, que acrescentou que eram “algo ruim para a estética da construção, além de uma deterioração da estrutura”.

Ele convidou os turistas a continuarem declarando seu amor na cidade, mas de outra forma, que não implique em “degradar o patrimônio municipal”.

Ainda não está muito claro o que será feito com os cadeados retirados, em um primeiro momento serão armazenados em um depósito, mas Julliard tranquilizou os apaixonados que deixaram sua marca na ponte, antecipando que “estão pensando em diferentes maneiras de reciclá-los”.

A prefeitura de Paris tomou está decisão depois de, em junho do ano passado, uma das grades da ponte ceder por causa do peso dos cadeados, um perigo tanto como para quem passa a pé por ali, como para as embarcações que navegam pelo Sena.

Várias associações como “No Love Locks” pediam há mais de um ano a retirada dos cadeados, por considera-los uma “desfiguração do patrimônio da Unesco”, explicou Lisa Anselmo, co-fundadora da iniciativa.

Não se sabe muito bem a origem desta tradição, que se espalhou para muitas capitais, que em Paris começou em 2008, por causa do romance “Ho voglia diz te” (Tenho vontade de ti) de Federico Moccia, em que os protagonistas colocavam um cadeado na “Ponte Milvio”, em Roma.

Em Paris as outras pontes estão começando a “se encher de amor”, assim como alguns postes de luz e bancos.

A partir de agora os cadeados serão sistematicamente retirados de todas as partes da cidade e a prefeitura de Paris cogita a possibilidade de proibir esta prática e punir quem continuar a espalhar cadeados.

A ponte estará fechada ao público durante toda esta semana, tempo que os operários precisam para tirar as grades e instalar os painéis artísticos que ficarão ali até outubro.

Trata-se de uma exposição coletiva com curadoria de Mehdi Ben Cheick, fundador e diretor da galeria de arte Itinerrance, com obras realizadas por quatro artistas internacionais de arte de rua sobre o amor e Paris que será inaugurada em 8 de junho. EFE

msb/cd

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