Parlamento britânico pedirá aos EUA informação sobre documentos da CIA
Londres, 14 dez (EFE).- Um comitê do parlamento britânico pedirá aos Estados Unidos documentos sobre a possível participação do Reino Unido no programa de interrogatórios da CIA a suspeitos terroristas, afirmou o deputado conservador Malcolm Rifkind em artigo publicado neste domingo no jornal “The Sunday Telegraph”.
Rifkind é o presidente do Comitê de Inteligência e Segurança da Câmara dos Comuns, que investiga atualmente se o Reino Unido foi cúmplice dos maus tratos praticados contra os suspeitos por parte dos EUA após os atentados de 2001.
No artigo, o parlamentar disse que agora quer estabelecer também se os serviços secretos do Reino Unido solicitaram ao Senado dos EUA que fossem censurados alguns parágrafos do documento elaborado sobre as torturas da CIA após os ataques de 2001, e se neles poderia haver referência a uma suposta cumplicidade britânica.
Há poucos dias, o governo britânico admitiu que as agências de inteligência do país mantiveram contatos com seus colegas dos EUA antes da publicação do relatório do Senado dos EUA e comentou que, se tivesse pedido a eliminação de informação relacionada com o Reino Unido, teria feito isso por razões de “segurança nacional”.
Segundo Rifkind, é o governo dos EUA que deve decidir se fornece ao comitê o material que poderia ter sido censurado do relatório.
“Estamos dando passos para tentar obter informação”, acrescentou Rifkind, que admitiu, no entanto, que não podia dizer se o pedido de seu comitê teria êxito.
Um relatório divulgado na terça-feira pela Comissão de Inteligência do Senado dos EUA aponta que a Agência Nacional de Inteligência dos EUA (CIA) realizou interrogatórios “mais brutais” do que admitiu após os atentados do 11 de setembro de 2001.
Os meios de comunicação britânicos revelaram há poucos dias que referências aos serviços secretos do Reino Unido foram eliminadas do relatório do Senado a pedido do governo britânico.
O resumo do documento americano não menciona os serviços secretos do Reino Unido. EFE
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