Parlamento da Tunísia aprova primeira Constituição de sua democracia
Túnis, 26 jan (EFE).- A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) tunisiana aprovou neste domingo a nova Constituição do país, a segunda desde sua independência e a primeira desde a queda do ditador Zine el Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011.
A Lei Fundamental recebeu o apoio de 200 dos 216 deputados presentes na Assembleia, enquanto 12 se mostraram contra e quatro se abstiveram.
A aprovação da Carta Magna, o último grande marco da complexa transição política tunisiana, atrasou mais de um ano devido às profundas diferenças surgidas entre o Governo comandado pelo partido islamita Al-Nahda, e a oposição laica.
Uma vez que a tela do plenário onde os votos eletrônicos emitidos pelos parlamentares se tingiu da cor verde do sim, os deputados romperam em aplausos e começaram a cantar o hino nacional tunisiano.
“A história e as gerações vindouras lembrarão deste dia com orgulho”, disse o presidente do Parlamento, Mustafa Ben Jaafar, momentos antes de proceder à votação, que foi precedida da leitura dos 146 artigos da Carta Magna.
Ben Jaafar, que em seu discurso lembrou os legisladores mortos durante os dois anos de trabalhos, entre eles Mohammed al Brahmi, assassinado em julho do ano passado, ressaltou que a aprovação representava o ápice da revolução “de uma longa luta para conseguir um Estado de Direito, de justiça e de igualdade”.
“Esta Constituição é a mostra do sucesso da revolução tunisiana, do desejo de uma vida compartilhada”, disse Ben Jaafar que foi interrompido em várias ocasiões pelos aplausos dos parlamentares.
A aprovação da Constituição aconteceu pouco depois que o novo primeiro-ministro, Mehdi Juma, apresentou os membros do Governo que deverá dirigir o país até a realização de eleições presidenciais e legislativas, cuja data ainda não foi fixada. EFE
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