Parlamento da Tunísia dá voto de confiança a primeiro governo não transitório

  • Por Agencia EFE
  • 05/02/2015 13h50

Túnis, 5 fev (EFE).- O parlamento da Tunísia concedeu nesta quinta-feira um voto de confiança ao governo proposto pelo primeiro-ministro, o independente Habib Essid, uma ampla coalizão nacional com a participação dos islamitas e que terá a missão de deixar a transição para trás.

Após quase 24 horas de discursos e decisões na câmara, dos 204 deputados presentes, 166 optaram por apoiar o gabinete, 30 votaram contra e oito se abstiveram.

O resultado foi comemorado tanto pelo presidente do parlamento, Mohammed En Naceur, membro do partido majoritário Nidá Tunis, como pelo chefe de governo, um homem com fama de gerente pragmático que integrou a burocracia do regime do destituído Zin el Abedin Ben Ali.

Essid, que desde o início de janeiro tentava dar fim às suspeitas entre os partidos do arco parlamentar, prometeu em seu discurso “trabalho, trabalho e nada além trabalho” para tirar a Tunísia da crise econômica que ameaça atormentar a transição política.

A primeira proposta de gabinete, apresentada na semana passada, precisou ser retirada antes mesmo de chegar ao parlamento devido à quantidade de críticas que gerou, principalmente do partido islamita moderado An Nahda, que ficou fora.

A inclusão definitiva dos islamitas no governo foi aceita com a oposição de uma parte do Nidá Tunis, o partido mais votado nas últimas eleições, já que em sua opinião não reflete o desejo que o povo expressou nas urnas.

O partido do atual presidente do país, Beji Caid Essebsi, teve que ceder por não obter a maioria suficiente na câmara.

Em troca, conseguiu o controle de seis ministérios, entre eles o das Relações Exteriores, enquanto outros considerados essenciais, como Interior, Defesa e Justiça, foram concedidos a independentes.

O An Nahda ficou com a gestão do Ministério do Trabalho, um dos essenciais para a hora de julgar, futuramente, a gestão do governo em um país com altos índices de desemprego e uma economia estagnada, e com grandes secretarias de Estado.

A União Patriótica Livre, terceira força parlamentar, o partido liberal Afek Tunis e a Frente Nacional também farão parte de um Gabinete que, pela primeira vez desde a revolução de 2011, não é considerado de transição. EFE

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