Parlamento da Ucrânia declara a Rússia como “Estado agressor”

  • Por Agencia EFE
  • 27/01/2015 11h10
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Kiev, 27 jan (EFE).- A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia declarou nesta terça-feira a Rússia como “Estado agressor” em um documento aprovado em sessão extraordinária com os votos de 271 dos 298 deputados presentes na sala.

Em sua declaração, os legisladores fizeram uma chamada aos Parlamentos de outros países e a organizações internacionais que também declarem a Rússia país agressor, por seu envolvimento no conflito armado no leste do país.

Além disso, a Rada pediu aos parceiros da Ucrânia que “impeçam a impunidade dos culpados de crimes contra a humanidade cometidos desde o começo da agressão russa”.

O texto denuncia que a Rússia “respalda o terrorismo e bloqueia o trabalho do Conselho de Segurança da Otan, colocando em perigo a segurança e a paz internacional”.

Os deputados fizeram uma chamada à comunidade internacional a declarar “organizações terroristas” as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, a entidades criadas pelos separatistas pró-Rússia nessas regiões ucranianas fronteiriças com a Rússia.

A sessão extraordinária da Rada foi convocada após o bombardeio que no sábado tirou a vida de 30 civis e deixou vários feridos em Mariupol, cidade de meio milhão de habitantes no sul da região de Donetsk, nas margens do mar de Azov.

As autoridades de Kiev responsabilizaram as milícias separatistas pró-russas pelo ataque, que pouco antes tinham anunciado o começo de uma ampla ofensiva em todo o leste da Ucrânia.

As acusações do governo ucraniano foram respaldadas por uma missão especial de observadores da OSCE que se deslocou ao lugar da tragédia e constatou que o ataque foi perpetrado com plataformas de lançamento de mísseis, disparadas desde zonas controladas pelos rebeldes pró-Rússia.

Os observadores internacionais disseram que os mísseis foram disparados desde uma distância de 19 e 15 quilômetros em relação ao lugar onde impactaram, desde duas localidades ao leste e nordeste de Mariupol, que estão em mãos dos separatistas.

A crescente deterioração da situação na zona do conflito, que já tirou a vida de mais de cinco mil pessoas, levou ontem o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, a impor um regime de máximo alerta em todo o território nacional.

“O objetivo de tal decisão é a plena coordenação das atividades de todos os órgãos de poder para garantir a segurança dos cidadãos”, explicou o chefe do governo. EFE

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