Parlamento da Ucrânia nomeia novo ministro da Defesa
Kiev, 25 mar (EFE).- A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia designou nesta terça-feira o coronel-general Mikhail Koval como novo ministro da Defesa do país, após a renúncia do antigo chefe da pasta devido à perda da Crimeia.
Votaram a favor de sua candidatura, proposta pelo presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, 251 dos 314 parlamentares presentes na câmara.
“Entendo toda a responsabilidade. Sou militar de carreira. Amo minha profissão, amo a Ucrânia”, disse Koval, de 58 anos, após sua nomeação. O militar pertence ao corpo de guarda de fronteiras.
Momentos antes, a Rada aceitou a renúncia do cargo apresentada pelo almirante Igor Teniukh, cuja breve gestão será lembrada pela tragédia vivida pelas Forças Armadas da Ucrânia, especialmente a marinha, nas mãos dos russos na rebelde península da Crimeia, de onde Kiev ordenou a retirada dos últimos militares leais.
Koval agradeceu ao almirante sua gestão à frente do ministério, enquanto Turchinov defendeu Teniukh das acusações de “ineficácia” recebidas nos últimos dias.
“A Rússia esperava na Crimeia provocações dos militares à agressão, um enfrentamento militar direto para que morressem centenas de milhares de civis e ter uma desculpa para invadir a Ucrânia continental. Mas graças à paciência do Ministério da Defesa e das unidades instaladas ali, esse plano não funcionou”, opinou Turchinov.
Vários deputados da Rada, entre eles o líder do partido UDAR (Golpe), Vitali Klitschko, acusaram o governo de não ter oferecido resistência às tropas russas na Crimeia e de abandonar os soldados que mantiveram lealdade a Kiev.
As perdas da marinha e de outras forças militares da Ucrânia na península da Crimeia, incorporada para todos os efeitos à Rússia, são dramáticas.
Mais de 200 unidades ucranianas içaram a bandeira russa e mais da metade dos soldados da Ucrânia mudaram de lado.
A maioria das últimas unidades, bases e navios de guerra que seguiam leais a Kiev foram atacados e tomados pelas forças russas desde sábado passado, em meio à falta de ação da cúpula militar e política do país, denunciada como negligente por muitos oficiais ucranianos.
Para piorar a situação, os soldados ucranianos foram forçados pelas tropas russas a deixar todo o armamento e equipamento em suas bases.
Pelo menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o comandante adjunto da marinha da Ucrânia para a defesa do litoral, o general Igor Voronchenk, foram detidos pelas autoridades crimeanas por resistir aos russos. EFE
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