Parlamento iraniano decidirá sobre acordo nuclear ainda em setembro

  • Por Agencia EFE
  • 05/09/2015 09h00

Teerã, 3 set (EFE).- O parlamento iraniano tomará uma decisão definitiva sobre se aceita ou não os termos do acordo nuclear de seu país com as potências do Grupo 5+1 até o fim de setembro, após os legisladores “estudarem cuidadosamente” seu conteúdo, informou neste sábado o presidente da câmara, Ali Larijani.

Em declarações divulgadas pela agência iraniana “Mehrs”, o deputado e terceira principal figura política do país explicou que “devido à multifacética natureza do Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA na sigla em inglês), há várias comissões parlamentares que estão estudando e analisando o assunto”.

“De acordo com os planos, todas as comissões terão terminado sua pesquisa antes do mês de outubro, e teremos então a possibilidade de discutir o acordo em seus detalhes e seremos capazes de anunciar os resultados levando em conta todas as condições”, acrescentou.

As declarações de Larijani foram dadas apenas dois dias depois de o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, pedir a analistas políticos, juristas e intelectuais do país para analisarem e darem sua visão sobre o JCPOA, e ao parlamento, para ratificar ou rejeitar o mesmo.

“Não dou sugestões ao parlamento para que ratifique ou rejeite o JCPOA. Está entre suas responsabilidades estudá-lo e tomar a decisão apropriada”, afirmou então o líder.

O anúncio coincide com o que foi feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que conta no Senado de seu país com votos suficientes para evitar que a oposição republicana possa derrubar o veto que ele disse que imporia a qualquer tentativa de anular o acordo nuclear.

Em junho, o parlamento iraniano aprovou uma lei que obrigava os negociadores nucleares a cumprir as “linhas vermelhas” estabelecidas pelo líder supremo na hora de chegar a um acordo com o Grupo 5+1 (EUA, França, China, Rússia, Reino Unido e Alemanha), assim como a submeter a revisão o documento final.

Desde o anúncio do acordo, em 14 de julho, os setores mais conservadores do parlamento foram os mais críticos no Irã em relação ao plano, apesar de não terem indicado que vão votar contra ele.

O governo iraniano, por sua vez, não deixou de ressaltar que é desnecessário que o parlamento se pronuncie sobre o acordo, já que ao fazê-lo transformaria as previsões do pacto em uma lei para o Irã, o que não ocorreria em nenhum dos outros países signatários do plano. EFE

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