Parlamento iraquiano aprova programa de governo e maior parte dos ministros

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2014 18h25

Bagdá, 8 set (EFE).- O parlamento do Iraque aprovou nesta segunda-feira o programa de governo do novo primeiro-ministro, Haidar al Abadi, e ratificou o nome da maioria dos ministros, mas deixou vagas, de maneira provisória, as pastas de Defesa e Interior.

Em uma sessão transmitida pela emissora iraquiana “Al Iraqiya”, os deputados também escolheram os vice-presidentes do país, entre os quais se destaca o primeiro-ministro em fim de mandato, o xiita Nouri al Maliki.

Maliki, que em um primeiro momento resistiu em deixar o comando do governo depois que sua coalizão venceu as últimas eleições legislativas, finalmente deu passagem para Abadi, que foi escolhido no dia 11 de agosto pelo novo presidente do país, Fouad Massoum.

Várias vozes tinham pedido sua saída e a formação de um governo de união nacional diante da paralisia política e devido à ameaça crescente dos extremistas do Estado Islâmico e de outros grupos insurgentes no país.

Os outros dois vice-presidentes escolhidos são o ex-presidente da Câmara, o sunita Osama al Nuyaifi, e o ex-primeiro-ministro Iyad Allawi (xiita).

Hamam Hamudi também foi designado pela maioria xiita como vice-presidente do parlamento, que é presidido por Salim al Jabouri.

No caso do governo, os deputados aprovaram por maioria quase todos os nomes, que vem de diversas correntes, com a exceção dos ministros do Interior e da Defesa.

Abadi explicou que não houve acordo entre os grupos políticos para esses cargos, por isso novos nomes serão apresentados ao parlamento daqui uma semana.

Além disso, foram nomeados como vice-primeiros-ministros o deputado Bahae al Arayi, pertencente à corrente do poderoso clérigo xiita Moqtada al-Sadr, Saleh al Mutlaq, figura sunita de destaque da coalizão Al Arabiya, e o dirigente curdo Hoshiyar Zebari, ex-ministro das Relações Exteriores.

O primeiro chefe de governo após a invasão americana em 2003, o xiita Ibrahim al Jaafari, foi designado para o Ministério das Relações Exteriores e Adel Abdel Mahdi, do grupo do clérigo xiita Amar al Hakim, para a pasta do Petróleo.

Os outros ministros são Mohammed al Omar (Alimentação), Mayd al Bayati (Direitos Humanos), Salah Zeidan (Agricultura), Nasser Isaui (Indústria), Haidar al Zamli (Justiça), Ali al Shahrastani (Ensino Superior), Abdelhusein Abtan (Juventude e Esporte) e Abdelkarim Ailan (Cidades).

Também foram escolhidos Mohammed al Sudani (Trabalho), Adila Hammoud (Saúde), Qasem al Fahdaui (Energia), Qatiba al Jabouri (Meio Ambiente), Kazem al Rashed (Telecomunicações), Mas al Hosseini (Comércio), Fares Yaryu (Ciências e Tecnologia), Baqer Zubeidi (Transporte) e Tariq Hatif (Habitação).

Antes da votação sobre os titulares dos ministérios, 177 dos 289 legisladores que compareceram à sessão se pronunciaram a favor do programa de governo de Abadi.

O novo chefe de governo afirmou em um discurso anterior que suas prioridades são: ajudar os refugiados iraquianos, acelerar a luta contra o Estado Islâmico (EI) e reconstruir as casas danificadas pela violência no país.

Outras medidas anunciadas foram a separação entre cargos políticos e administrativos, a ampliação da seguridade social e a aposentadoria para os trabalhadores.

Sobre as relações com os curdos, destacou que promoverá a descentralização em nível econômico e administrativo e que “resolverá definitivamente os assuntos pendentes” com o governo da região autônoma do Curdistão.

O novo primeiro-ministro se comprometeu a modernizar, sobretudo, as instituições militares e de segurança, e a transformar os voluntários que apoiam o governo na guerra contra os jihadistas em uma força militar regular, proibindo as milícias.

Em relação à política externa, Abadi disse que o novo governo tentará mobilizar a ajuda da comunidade internacional no combate ao terrorismo. EFE

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