Parlamento ucraniano retira título de presidente de Yanukovich

  • Por Agencia EFE
  • 04/02/2015 12h13

Kiev, 4 fev (EFE).- O parlamento da Ucrânia retirou nesta quarta-feira o título de presidente de Viktor Yanukovich, que se exilou na vizinha Rússia após ser deposto há quase um ano após violentos distúrbios em Kiev.

A lei que priva Yanukovich do título honorário de presidente foi aprovada com o apoio dos 281 deputados (o mínimo necessário eram 226). O ex-governante está sendo procurado pela Interpol.

Segundo a Constituição ucraniana, mesmo após deixar o cargo, quem ocupar a presidência ostenta o título por toda a vida, a não ser que seja impugnado.

Os deputados acusaram Yanukovich de exercício anticonstitucional de suas funções, “o que ameaçou a gestão do Estado, a integridade territorial e a soberania ucraniana”.

A decisão de Yanukovich de deixar o cargo “conduziu a violações dos direitos e liberdades dos cidadãos”, acrescentaram.

Os deputados lembraram a acusação de “assassinato em massa” contra o ex-presidente por ordenar o uso da força para reprimir os manifestantes durante os distúrbios nas ruas de Kiev, o que ele sempre negou.

Yanukovich foi destituído pelo parlamento após três meses de protestos antigovernamentais desembocarem em violentos distúrbios em Kiev, que deixaram mais de cem mortos e centenas de desaparecidos.

A Interpol emitiu no começo do ano uma ordem de busca e captura por crimes financeiros contra Yanukovich, que presidiu a Ucrânia entre 25 de fevereiro de 2010 e 22 de fevereiro de 2014.

Yanukovich -que fugiu para a Rússia na noite de 21 para 22 de fevereiro através da Crimeia-, fez poucas declarações após deixar o poder.

Acusado pelas autoridades e inclusive pelos próprios separatistas pró-Rússia de ser o causador da atual crise na Ucrânia, ele diz que nunca ordenou disparar contra os manifestantes e que continua sendo o presidente legítimo do país.

Desta forma, o atual líder ucraniano, Petro Poroshenko, se transforma automaticamente no quarto presidente da história da Ucrânia. EFE

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