Partido de Suu Kyi confirma que disputará eleições em Mianmar

  • Por Agencia EFE
  • 11/07/2015 12h26
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Bangcoc, 11 jul (EFE).- O partido da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), confirmou neste sábado que vai disputar as eleições de novembro em Mianmar, após ficar vários meses sem revelar se tinha intenção de concorrer.

A LND optou por se candidatar apesar de que a Constituição impedir Suu Kyi, opositora do regime militar que comanda o país, de ocupar a presidência por ter parentes – dois filhos – com nacionalidade estrangeira, informou a rede de televisão “Channel News Asia”.

Na última quarta-feira, a Comissão Eleitoral anunciou que as eleições vão acontecer em 8 de novembro. Elas serão as primeiras realizadas sob um governo civil no país desde 1990.

“Decidimos tomar parte nas eleições”, declarou a líder opositora a jornalistas em sua residência na capital Naypyidaw.

Suu Kyi ressaltou que se sua legenda ganhar as eleições, seu partido defenderá uma emenda na Constituição para retirar o artigo que impede que birmaneses com familiares estrangeiros concorram à presidência.

A opositora tem dois filhos com passaporte britânico, frutos de seu casamento com Michael Aris, falecido em 1999.

Segundo a LND, o processo de reformas iniciado em 2011 se estagnou nos últimos meses devido aos obstáculos por parte dos militares, que por lei ocupam 25% das cadeiras do parlamento.

Suu Kyi e mais de 40 membros de seu partido ocupam assentos na câmara baixa conquistados nas eleições parciais realizadas em 2012.

Mais de 80 partidos se registraram na comissão eleitoral para este pleito e terão de 60 dias para a campanha eleitoral. As urnas decidirão quem vai ocupar 330 cadeiras da câmara baixa, 168 da câmara alta e outros 644 dos órgãos legislativos regionais.

Analistas políticos preveem que as legendas das minorias étnicas ganhem uma proporção significativa das cadeiras por representarem mais de 30% da população do país.

Além da desigualdade econômica, um dos maiores problemas de Mianmar é o crescimento do nacionalismo extremista que ataca principalmente a minoria muçulmana, especialmente os rohingyas, uma etnia considerada apátrida.

As últimas eleições livres e plurais que foram realizadas em Mianmar ocorreram em 1990, e foram vencidas pela oposição agrupada em torno da Nobel da Paz, mas as autoridades nunca reconheceram o resultado e anos depois o anularam.

Mianmar começou em 2011 um processo de reformas políticas, econômicas e sociais que permitiram grandes avanços no país, como o direito a se sindicalizar ou se manifestar. EFE

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