Partidos argentinos se apressam para definir chapas eleitorais

  • Por Agencia EFE
  • 19/06/2015 21h27

Buenos Aires, 19 jun (EFE).- Governo e oposição negociam nesta sexta-feira na Argentina a definição de suas listas de candidatos, que devem oficializar antes da meia-noite de amanhã, para as eleições primárias do agosto.

O prefeito de Buenos Aires e principal pré-candidato presidencial opositor, Mauricio Macri, anunciou hoje no Twitter que a senadora Gabriela Michetti será sua companheira de chapa como aspirante à vice-presidência.

Especialista em Relações Internacionais e ex-vice-chefe do governo de Buenos Aires, Michetti concorreu em abril nas primárias para a candidatura do Pro à chefia do governo da capital, mas perdeu para Horacio Rodríguez Larreta, que recebeu apoio explícito de Macri.

Com a decisão de hoje, o prefeito de Buenos Aires, que segundo as pesquisas é o candidato opositor melhor situado para disputar com o governo as presidenciais de outubro, fecha o racha aberto no partido após a derrota inicial de Gabriela e opta por uma fórmula “100% Pro” e muito ligada à capital argentina, seu principal reduto eleitoral.

Enquanto isso, no governo, acalma-se a tempestade provocada pela surpreendente nomeação de Carlos Zannini, fiel colaborador da presidente Cristina Kirchner como companheiro de chapa do governador de Buenos Aires, Daniel Scioli.

A escolha de Zannini, considerado um kirchnerista “puro” e que é titular da Secretaria de Legal e Técnica da presidência desde que foi nomeado ao cargo pelo falecido ex-presidente Néstor Kirchner, em 2003, venceu a resistência de alguns setores do governo diante do avanço de Scioli, melhor colocado nas pesquisas para chegar à Casa Rosada.

Trata-se de uma jogada estratégica de Cristina Kirchner, que deixou um aliado no caminho: o ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, que teve que renunciar aos seus anseios presidenciais depois que Zannini, um de seus principais proponentes, se uniu a seu principal rival político.

Randazzo rejeitou a proposta da presidente de concorrer ao governo da província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país e reduto do voto peronista, e deixou seu futuro em aberto.

A decisão de Cristina Kirchner movimentou o tabuleiro eleitoral e levantou uma nova polêmica sobre o sentido das primárias que o chefe de Gabinete do Executivo.

“Quem impõe as condições é a chefe do movimento”, disse Aníbal Fernández depois que o governo optou por Daniel Scioli como único pré-candidato à presidência.

Randazzo utilizou seu perfil no Twitter para explicar que “concorrer contra Zannini significava concorrer contra Cristina Kirchner” como argumento para a sua decisão.

“Nunca farei nada que prejudique Cristina Kirchner. Só tenho agradecimento a ela”, ressaltou o ministro.

Enquanto isso, kirchnerismo e oposição apressam as últimas horas de negociação antes da conclusão do prazo, à meia-noite de amanhã, para apresentar formalmente suas listas eleitorais. A grande incógnita ainda é o futuro da presidente que, por enquanto, continua sem esclarecer se integrará alguma das candidaturas e se manterá ativa na política ou se optará pela retirada após concluir o mandato, em 10 de dezembro. EFE

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