Passageiros do avião malaio com passaportes roubados não são terroristas

  • Por Agencia EFE
  • 11/03/2014 09h03

Kuala Lumpur, 11 mar (EFE).- As autoridades da Malásia descartaram nesta terça-feira a possibilidade dos dois passageiros que embarcaram no avião desaparecido com passaportes roubados serem terroristas, mas asseguraram que trabalham com todas as hipóteses e anunciaram a ampliação da área de busca.

O chefe da polícia malásia, Khalid Abu Bakar, disse em entrevista coletiva que os suspeitos são dois iranianos que tentavam emigrar para a Europa.

As autoridades entraram em contato com a mãe de um deles, um jovem de 19 anos identificado como Pouria Nour Mohammad Mehrdad, no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha.

A mulher esperava a chegada de seu filho e disse “desconhecer” que ele viajava com um passaporte roubado.

“Não é provável que seja membro de um grupo terrorista. Achamos que estava tentando emigrar para a Europa”, afirmou o chefe da polícia antes de distribuir fotos dos dois passageiros.

A polícia da Malásia, que trabalha ao lado das agências de inteligência de outros países no caso, afirmou que entre as possíveis causas do desaparecimento do avião da Malaysia Airlines no sábado passado, com 239 pessoas a bordo, estão o sequestro e a sabotagem.

Também não se descarta a possibilidade de problemas psicológicos ou pessoais entre os passageiros e a tripulação do voo.

“Poderia existir alguém no voo que tirou um seguro por uma grande quantidade de dinheiro para que sua família cobrasse. Ou alguém que devia dinheiro. Estamos investigando qualquer possibilidade”, indicou Khalid.

“Temos fotos e perfis de todos os passageiros. Estamos investigando nos vídeos o comportamento de todos os passageiros”, afirmou.

O voo MH370 saiu de Kuala Lumpur às 0h41 hora local (13h41 de Brasília de sexta-feira) e deveria chegar em Pequim após seis horas de voo, mas desapareceu do radar uma hora depois da decolagem.

No quarto dia de busca ainda se desconhece o paradeiro do aparelho e o destino de seus ocupantes.

As equipes de resgate estenderam a zona de rastreamento até a península de Malaca, pelo oeste, e até Hong Kong, pelo nordeste.

Uma frota internacional de 40 embarcações e 24 aviões cobrem uma superfície de 500 mil milhas náuticas quadradas (1,71 milhões de quilômetros quadrados).

A operação, da qual participam Austrália, China, Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, também não captou nenhum sinal dos aparelhos eletrônicos do avião, que supostamente deveriam emitir alertas em caso de perigo ou acidente.

Foram avistados várias vezes restos flutuando no golfo da Tailândia, que do ar se assemelhavam a partes de aviões, mas ao serem examinados de perto se mostraram pistas falsas.

Agências de inteligência de vários países participam de uma investigação que procura esclarecer a possível mudança de rota do avião sem que o piloto tenha feito qualquer alerta.

As autoridades da Tailândia informaram que as passagens compradas com os passaportes roubados foram vendidas por duas agências da cidade litorânea de Pattaya, a cerca de 100 quilômetros ao leste de Bangcoc.

Um funcionário de uma das agências investigadas declarou ao jornal “Bangcoc Post” que sua companhia recebeu a encomenda da reserva em um e-mail enviado do Irã por um cidadão deste país que se identificou como “Ali”.

O funcionário assegurou conhecer pessoalmente o comprador, que teria vários negócios em Pattaya, e que, segundo disse, tinha reservado anteriormente vários voos na agência para ele mesmo e amigos quando se encontrava na cidade.

Segundo o funcionário, Ali perguntou em primeiro lugar por voos para Copenhague e Frankfurt das companhias Etihad Airways ou Catar Airways, mas preferiu a opção mais barata, da China Southern Airlines, que trabalha junto com a Malaysia Airlines, com destino a Amsterdã.

Os dois passageiros embarcaram com identidades falsas, do italiano Luigi Maraldi e do austríaco Christian Kozel, que tiveram os passaportes roubados na Tailândia em 2013 e 2012, respectivamente.

No avião viajavam 239 pessoas, 227 passageiros, incluídos dois menores, e uma tripulação de 12 malaios. EFE

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