Passeatas lembram 1º aniversário de morte de Michael Brown em Ferguson
Washington, 9 ago (EFE).- Várias passeatas pacíficas e minutos de silêncio marcaram neste domingo em Ferguson, no Missouri (EUA), o primeiro aniversário da morte do jovem negro Michael Brown por um policial branco quando estava desarmado, um incidente que desencadeou os piores protestos raciais no país desde os anos 1960.
Centenas de pessoas se reuniram às 12h02 locais (13h02 em Brasília), hora que Brown foi assassinado, e fizeram quatro minutos e meio de silêncio, tempo que o corpo do jovem permaneceu estendido no chão após a morte.
O homicídio do jovem em Ferguson, que fez hoje um ano, reacendeu os debates sobre violência e a discriminação policial contra os negros nos Estados Unidos. Fez também nascer um movimento social com o lema “Black lives matter (as vidas dos negros importam)”.
Durante todo o fim de semana, o movimento mostrou que segue vivo não só em Ferguson, mas em outras cidades do país, como Nova York e Washington, onde também foram realizadas manifestações pacíficas para pedir o fim da violência policial contra os negros.
Na manifestação realizada neste domingo, o pai de Brown agradeceu aos presentes na luta para que a morte do filho não “fosse em vão”.
As camisas que marcaram manifestações do movimento que nasceu com a morte de Brown voltaram a ser vistas nas ruas, com mensagens como “Por favor, parem de nos matar” e outra, que já virou um “grito de guerra” do grupo: “Mãos para o alto, não dispare”.
Desde a morte de Brown, os protestos contra a discriminação policial contra os negros se estenderam da pequena Ferguson para mais de 170 cidades de todo o país, com especial intensidade em Nova York, Washington e Los Angeles.
A mais trágica expressão desse mal-estar foi o assassinato a tiros de dois policiais nova-iorquinos, Wenjian Liu e Rafael Ramos, no último dia 20 de dezembro, por um afro-americano que queria vingar os cidadãos negros mortos pela polícia.
O diagnóstico é unânime e semelhante ao de 50 anos atrás: após décadas de luta pelos direitos civis nos EUA persiste uma desconfiança crônica dos policias sobre as minorias.
Brown levou vários tiros de um policial branco quando estava desarmado, mas um grande júri decidiu que não havia provas suficientes para condenar o policial.
Também não houve punição ao agente envolvido na morte do afro-americano Eric Garner, em julho de 2014, após ele ter sido imobilizado com uma gravata.
Os dois casos provocaram os maiores protestos e forçaram os governos federais, estaduais e municipais a colocara a discriminação racial da polícia entre as prioridades da agenda política. EFE
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