Pelo menos 67 ativistas detidas hoje em Havana já foram liberadas

  • Por Agencia EFE
  • 11/12/2014 02h53

Havana, 10 dez (EFE).- Ao menos 67 integrantes do grupo Damas de Branco, que faz oposição ao governo de Cuba, foram detidas nesta quarta-feira em Havana, mas já estão em liberdade, entre elas a líder Berta Soler, conforme ela mesma confirmou para a Agência Efe, quando tentavam comparecer a uma manifestação pacífica convocada por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos.

A líder do grupo explicou que, por enquanto, sabe que 67 mulheres da organização, que foram detidas hoje, já estão em casa, mas indicou que pode haver mais ativistas em prisões da capital cubana.

Berta foi detida na manhã de hoje, por volta das 10h locais, junto com seu marido, o também opositor do “Grupo dos 75” Ángel Moya, perto de sua casa quando se dirigiam a um movimentado ponto do bairro de Vedado, em Havana, onde aconteceria a manifestação pacífica.

Segundo a ativista, a detenção aconteceu com uma “grande operação de agentes de segurança do Estado e da Polícia Nacional”, que os levaram, “sem nenhuma explicação”, a uma delegacia, mas sem agredi-los fisicamente.

A dissidente relatou que foi libertada por volta das 17h30 locais depois de ficar por mais de sete horas retida em uma sala da delegacia do bairro de Alamar, na capital cubana, o mesmo distrito em que seu marido ficou detido.

Berta detalhou que das 67 Damas de Branco, cerca de dez foram detidas no local onde ocorreria a manifestação. Muitas delas acabaram detidas quando saíam de suas casas, já que os agentes de segurança estavam monitorando seus domicílios desde ontem.

Duas dissidentes revelaram que sofreram agressões físicas durante a detenção. Além disso, mais de 30 ativistas de direitos humanos de outras organizações foram detidos na capital cubana, segundo as informações disponibilizadas por Berta.

Algumas Damas de Branco também foram detidas em outros pontos do país, com 20 casos confirmados na cidade de Holguín e três em Bayamo, ambas no leste de Cuba.

A manifestação pacífica convocada pelo grupo de oposição não aconteceu, já que grande parte das ativistas acabou sendo detida antes de chegar ao ponto de encontro. Além disso, as Damas de Branco eram esperadas por centenas de partidários do regime cubano, que as repreenderam e insultaram, assim como membros de outros grupos dissidentes.

As Damas de Branco foram criadas em 2003 pelas familiares de presos políticos que já estão em liberdade. Desde a formação do grupo, as mulheres promovem caminhadas pacíficas por uma avenida de Havana todos os domingos depois da missa.

O governo cubano considera que os opositores do regime são “mercenários” a serviço dos Estados Unidos. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.