Pentágono nega ter participado de atos de “tortura”

  • Por Agencia EFE
  • 12/12/2014 22h10

Washington, 12 dez (EFE).- O porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, negou nesta sexta-feira que o Pentágono tenha participado de torturas como as reveladas nesta semana por um relatório do Senado sobre os interrogatórios da Agência Nacional de Inteligência (CIA) de suspeitos de terrorismo.

Perguntado se o Departamento cooperou ou facilitou algum tipo de ajuda à CIA para estabelecer os lugares secretos de detenção e interrogatório no Afeganistão e na Polônia, Kirby respondeu: “não vou falar sobre os processos ou procedimentos de outra agência”.

Além disso, acrescentou, “o Departamento de Defesa não participa de tortura: não a aprova, não a realiza”, enfatizou o porta-voz em entrevista coletiva no Pentágono.

Kirby recusou a esclarecer se em algum momento algum dos presos acusados de serem suspeitos de terrorismo mencionados no relatório estiveram em custódia das Forças Armadas americanas.

Um relatório divulgado na terça-feira pela Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos assinalou que a CIA realizou interrogatórios “mais brutais” do que admitiu logo após os atentados do 11 de setembro de 2001.

O relatório do Senado descreveu as práticas de asfixia simulada praticadas no cérebro do 11/9, Khalid Shaikh Mohammed, e em outros detidos, definidos como “séries de afogamentos” que produziam vômitos.

Entre outras coisas, o texto indicou que, com a aprovação do pessoal médico da CIA, pelo menos cinco dos prisioneiros foram submetidos a procedimentos “medicamente desnecessários de alimentação retal, hidratação retal” e outros tantos a banhos de gelo.

O relatório questionou a relevância da informação obtida nesses interrogatórios, considerada pela CIA “crucial” para entender o funcionamento da Al Qaeda e a detenção de alguns de seus líderes. EFE

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