Pepe Vargas classifica de inaceitável repressão da PM a professores no Paraná

  • Por Agência Brasil
  • 30/04/2015 17h20
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Professores protestam contra projeto de lei (PL) que altera a previdência estadual Folhapress Confronto entre a PM e professores em Curitiba/PR

O ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas, qualificou hoje (30), na capital paulista, como inaceitável a repressão da Polícia Militar (PM) ao protesto dos professores paranaenses na tarde de ontem. “O que eu vi ali, nas imagens, no mínimo, o uso desmedido da força e uma violência desnecessária que, em uma sociedade democrática, precisa ser debatido”, declarou após participar de ato em São Paulo contra a redução da maioridade penal.

Vargas informou que aguarda manifestações na ouvidoria do órgão para que sejam adotadas medidas sobre violações de direitos humanos cometidos no protesto. “A partir dos dados que chegarem à ouvidoria da secretaria, em cima dos fatos concretos, nós analisaremos o que pode e deverá ser feito”, apontou. Ele informou que estava em deslocamento na tarde de ontem, o que o impediu de acompanhar os atos.

Pelo menos 170 manifestantes, na maioria professores, ficaram feridos durante a ação policial para reprimir o protesto em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, 20 policiais se machucaram. Os professores, em greve desde segunda-feira (27), protestavam contra um projeto de lei que altera a Previdência estadual.  O projeto foi aprovado no início da noite, em segundo turno, pelos deputados.

O ministro informou que a pasta já havia sido procurada pelos manifestantes na terça-feira (28). “Conversei com o chefe da Casa Civil do governo do Paraná [Eduardo Sciarra] e no dia na manifestação conversamos novamente com a preocupação de que as forças de Segurança Pública compreendessem o movimento social e se evitasse todo e qualquer confronto ou ato de violência”, relatou.

Vargas reafirmou sua posição sobre as repressões policiais a protestos de movimentos sociais. “Na nossa opinião, movimento social não deve ser tratado como caso de polícia, e, sim, como movimento político reivindicatório. Havendo disposição para diálogo, dentro de um princípio de mediação de conflitos, é perfeitamente possível fazer o acompanhamento de uma manifestação pública, de movimentos sociais, sem o uso desmedido da força, sem cenas que nós assistimos ontem”, avaliou.

O governador do Paraná, Beto Richa, defendeu a ação da polícia por ter sido uma reação à provocações. “A reação não partiu dos policiais. Os policiais ficaram parados para proteger o prédio da Assembleia Legislativa. Na medida em que eram impedidos, reagiram. A polícia não partiu para cima dos manifestantes uma única vez. Tem filmes que comprovam o que estou dizendo”, disse em entrevista coletiva. Segundo a Secretaria de Segurança, será aberto um inquérito policial militar, com participação do Ministério Público, para apurar o caso.

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