Pequim pede que Tóquio não ameace sua segurança com reforma constitucional
Pequim, 1 jul (EFE).- A China criticou nesta terça-feira os planos do governo do Japão de acabar com o caráter pacifista da Constituição Nacional, horas antes de o país aprovar uma histórica e polêmica alteração em sua Carta Magna, e advertiu sobre ações que podem “prejudicar a soberania chinesa, e a paz e a estabilidade local”.
“A China pede ao Japão que respeite as preocupações de seus vizinhos com sua segurança e que administre o assunto com prudência”, afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei.
A fonte oficial disse que o governo de Shinzo Abe “fabricou deliberadamente” supostas ameaças exteriores ao Japão, com fins políticos, e que Tóquio “deveria manter a caminho do desenvolvimento pacífico, largamente perseguida desde o fim da Guerra Mundial”.
Hong acrescentou que os planos de Tóquio estão se deparando com uma forte oposição inclusive dentro do Japão – ontem e hoje milhares de pessoas se manifestaram junto à residência de Abe contra da reforma constitucional – e assegurou que “o desenvolvimento nacional (japonês) deveria ser decidido pela maioria de seu povo”.
O Executivo de Abe aprovou incluir na Carta Magna uma série de condições que permitam ao Japão defender seus parceiros, algo até agora limitado pelo artigo 9, que impede ao país o uso da força para resolver conflitos internacionais.
A medida foi adotada pelo Gabinete apesar da rejeição de boa parte da opinião pública japonesa (mais de 60% segundo as últimas enquetes) e até por de membros da coalizão governante.
Para que seja efetiva, o parlamento japonês deverá dar o sinal verde e, embora as forças governantes ostentam maioria, não se descarta que à cláusula se lhe imponham algumas restrições mais antes de sua ratificação definitiva.
A polêmica medida de Abe, que está sendo aprovada em meio a disputas territoriais com a China pelas ilhas Diaoyu/Senkaku e as ameaças da Coreia do Norte, procura conseguir que o Japão possa exercer um direito de “autodefesa coletiva”. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.