Perante jovens, Merkel elogia “o presente da Europa unida” e olha à Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 07/05/2014 16h31

Gemma Casadevall.

Berlim, 6 mai (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, elogiou nesta quarta-feira o “presente da Europa em paz e unida” perante centenas de jovens europeus, em um ato em memória ao início da I Guerra Mundial que inevitavelmente acabou na Ucrânia.

“Custou décadas superar a divisão deixada, entre Alemanha e Europa, pelas duas guerras mundiais, primeiro; e a Guerra Fria, depois. E hoje, nos encontramos perante a amarga realidade de uma paz ameaçada entre nossos vizinhos diretos”, lembrou Merkel na abertura do “History Campus”, no teatro Maxim Gorki de Berlim.

A explosão da I Guerra Mundial – “a origem da catástrofe que se abateu sobre a Europa e o mundo”-, em 1914, pôs em destaque o “fracasso da diplomacia”, segundo Merkel.

“Agora, é preciso mostrar que as lições foram aprendidas para insistir que será possível dar uma solução diplomática à crise ucraniana”.

A plateia de Merkel no Maxim Gorki, o menor entre os teatros públicos de Berlim, estava integrado por 440 jovens vindos de 40 países para participar do ato central do centenário da I Guerra Mundial, uma disputa na qual 16 milhões de pessoas morreram.

“A vocês corresponde escrever as próximas página da história”, disse, após lembrar que com 35 anos presenciou a queda do Muro de Berlim que precipitou o fim da divisão europeia. O ato é uma das poucas comemorações institucionais na Alemanha no centenário do início da I Guerra Mundial.

A distância no tempo da chamada Grande Guerra facilitou para que a data tenha ficado um pouco esquecida frente aos atos que estão previstos para os 75 anos do início da II Guerra – 1 de setembro de 1939, com a invasão da Polônia – e os 25 da queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989.

O “History Campus” reunirá, até 11 de maio, jovens de toda Europa para lembrar a I Guerra Mundial “industrializada”, em que a maquinaria bélica e a tecnologia multiplicaram o horror. O ciclo traçará um fio condutor entre 1914 e 2014, com um programa amplo que inclui concertos, espetáculos, exposições e seminários.

“Temos que confiar nessa via diplomática que Merkel procura (para a crise na Ucrânia). O contrário é a guerra e ela não está só na porta de casa, mas dentro dela”, disse Maritza Polewa, de 22 anos, nascida em Gdanks (Polônia) e com namorado ucraniano, “atualmente em Kiev”.

“Merkel impressiona tanto por sua biografia quanto por ser uma mulher que cresceu na ditadura que chegou ao poder, e por seu estilo de fazer política”, comentou à Agência Efe Laura Rio, uma portuguesa de 22 anos, estudante de Direito e uma das selecionadas para a foto “de família” com a chanceler. EFE

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