Perda de imunidade de deputado chileno acusado de homicídios é confirmada

  • Por Agencia EFE
  • 13/06/2014 16h12

Santiago (Chile), 13 jun (EFE).- A Corte Suprema do Chile confirmou nesta sexta-feira a perda de imunidade do deputado Rosauro Martínez, do partido de direita Renovação Nacional (RN), acusado do homicídio de três supostos opositores à ditadura cometidos em 1981 quando era um capitão do Exército.

O máximo tribunal chileno, reunido em sessão plenária, ratificou uma resolução adotada no dia 12 de maio pela Corte de Apelações da cidade de Valdivia, que privou Martínez de sua imunidade parlamentar, a fim de que possa ser processado.

Segundo essa resolução, existem na investigação do caso antecedentes suficientes sobre a participação de Martínez nos delitos acusados, em sua condição de comandante de uma companhia da IV Divisão do Exército, dentro de uma operação denominada “Operación Machete”.

Tal operação consistiu em uma ofensiva militar contra um grupo de guerrilheiros do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) que operava na região de Neltume, cerca de 836 quilômetros ao sul de Santiago.

No dia 20 de setembro de 1981 os militares encontraram em uma casa do setor de Remeco Alto três supostos guerrilheiros: Próspero del Carmen Guzmán Soto, Patrício Alejandro Calfuquir Hernández e José Eduardo Monsalve Sandoval, desarmados e um deles gravemente ferido.

A versão oficial das autoridades da época foi que se tratava de terroristas mortos em combate, o mesmo que outros quatro membros do MIR mortos em outros incidentes ocorridos na região.

Em novembro de 1981, Martínez recebeu uma felicitação em sua folha de serviço, “pelo extraordinário desempenho no comando da companhia Nº 8 durante as ações de combate contrasubversivos na região de Neltume, onde sete extremistas foram mortos, sem baixas do Exército”, assinala o documento, ao qual a Efe teve acesso.

Martínez também figura, com o número 77, em uma lista de 1.097 agentes da Dina (Direção de Inteligência Nacional), que antecedeu a CNI como Polícia secreta da ditadura. EFE

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