Peregrinos de todo o mundo celebram as canonizações de dois papas
Laura Serrano-Conde.
Cidade do Vaticano, 27 abr (EFE).- Cantos, aplausos, danças e bandeiras procedentes de todos os cantos do mundo tomaram neste domingo a Cidade do Vaticano para celebrar a proclamação como santos dos papas João XXIII e João Paulo II.
Banderas de Brasil, Espanha, Colômbia, México, Costa Rica, Venezuela, Nicarágua, Equador e de outras partes do mundo pintaram de várias cores a capital do catolicismo, onde os tons predominantes foram o vermelho e o branco da insígnia da Polônia, país de origem de Karol Wojtyla, são João Paulo II a partir de hoje.
Desde primeiras horas de sábado centenas de peregrinos se aproximaram dos limites da Praça de São Pedro para fazer fila e conseguir o melhor lugar.
Como Lidia Obando, nicaraguense residente em Roma há 30 anos, que desde a tarde do sábado rondava as imediações da praça para não perder um dia histórico.
Muitos passaram a noite com mochilas e sacos de dormir, ao relento, com frio e uma fina chuva, com o objetivo de entrar na Praça de São Pedro a partir das 5h30 da manhã, quando a Santa Sé permitiu a entrada, e assistir à canonização de João XXIII e de João Paulo II na primeira fila.
Mas nem todos conseguiram e muitos tiveram que contentar-se em ver a cerimônia em alguns dos telões que o Vaticano habilitou para a ocasião nas ruas contíguas.
Os sortudos que conseguiram um lugar na praça vaticana assistiram aos atos com a alegria e a esperança de poder viver em primeira pessoa “o dia dos quatro papas”.
Pela primeira vez se reunia de alguma maneira quatro pontífices no Vaticano: o papa Francisco e o papa emérito Bento XVI, e os agora santos, o papa João Paulo II e João XXIII.
Os que chegaram primeiro à praça puderam levar para um dos milhares de exemplares que, com o título “Il Domenica di Pascua”, a Santa Sé imprimiu para a ocasião.
Um presente que continha uma breve biografia dos papas João Paulo II e João XXIII em quatro idiomas – espanhol, italiano, inglês e polonês – além da lista completa de santos da Igreja, e a letra das canções entoadas neste evento católico.
Nem o cansaço nem o fio de uma manhã cinza apagaram os ânimos dos congregados que desde antes do amanhecer encheram a praça de danças, risos, rezas e cânticos.
Milhares de jovens da Polônia, onde se realizará a próxima Jornada Mundial da Juventude em 2016, mas também de Brasil, Espanha, Alemanha, México, Peru, Estados Unidos, Uganda, e de outros cantos do mundo cantaram em diversas ocasiões o hino “Jesus Christ, you are my life”.
“O papa João Paulo II foi o papa dos jovens, agora estamos aqui para assistir sua canonização, para nós é um momento de muita alegria”, disse à Agência Efe o espanhol Rodrigo Ruiz.
Sentimento que também compartilhou o venezuelano Jesús Aular que, contente por viver as canonizações em sua primeira viagem ao Vaticano, pediu que João Paulo II ajude a conseguir a paz na Venezuela.
Jovens, mas também idosos, crianças, famílias, casais, freiras e sacerdotes receberam o papa emérito Bento XVI com aplausos e gritos quando este chegou à praça.
Aplausos que se repetiram durante as mais de duas horas de celebração em diversas ocasiões, como quando o papa Francisco se aproximou para abraçar Bento XVI, e que se intensificaram cada vez que as câmeras do Vaticano projetavam a imagem de João Paulo II nas telas.
Um dos momentos mais emotivos do ato foi quando a costarriquenha Floribeth Mora, cuja cura é considerada o segundo milagre de João Paulo II, subiu ao altar do pontífice polonês para levar uma de suas relíquias.
Homens e mulheres poloneses, alguns inclusive vestido com trajes típicos do país, levantaram suas bandeiras em homenagem ao novo santo de seu país.
Pouco depois do meio-dia, na despedida dos dois papas, Francisco e Bento XVI, a Praça de São Pedro explodiu em aplausos, abraços e cânticos em honra aos outros dois papas já santos. EFE
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