Personalidades americanas pedem a Obama ações de aproximação de Cuba
Washington, 19 mai (EFE).- Um grupo de 50 ex-altos cargos americanos de várias tendências políticas, empresários e intelectuais pediram nesta segunda-feira em carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tome medidas executivas para ampliar “as mudanças já em andamento” na relação com Cuba.
A carta, que conta com o apoio de Cuba Study Group CSG e o Conselho da Américas, reconhece os avanços do governo americano para abrir as viagens às famílias cubano-americanas e ampliar as remessas, mas estimula a dar mais um passo em um momento no qual apontam que a opinião pública é propícia a uma aproximação.
Os Estados Unidos, advertem, “está ficando cada vez mais sozinho internacionalmente em sua política rumo a Cuba”, e, embora “no atual clima político pouco possa ser feito legislativamente” o governo “pode ajudar aos cubanos a determinarem seu próprio futuro construindo políticas de reforma” como as que já iniciou.
Os signatários sugerem que se estenda uma permissão generalizada de viagem que inclua intercâmbios de organizações profissionais, incluindo as especializadas em direito, setor imobiliário, serviços financeiros e de crédito e qualquer área orientada a apoiar a “atividade econômica independente”.
Os defensores da aproximação também pedem para ampliar as permissões de viagem às ONGs se as instituições acadêmicas e que se lhes autorize a abrir contas em bancos cubanos com fundos para apoiar programas educativos na ilha.
As propostas incluem, além disso, que o governo americano inicie um diálogo “sério” com seus pares cubanos sobre temas humanitários – como a libertação de Alan Gross – e outros como a segurança nacional, a imigração e a interdição de drogas.
Entre os signatários estão John Negroponte, ex-subsecretário de Estado e ex-diretor de inteligência nacional com o governo do presidente republicano George W. Bush, e o ex-comandante supremo da Otan e ex-comandante do Comando Sul, James Stavridis.
Também figuram três ex-subsecretários de estado para o hemisfério ocidental (Jeff Davidow, Alec Wastson e Arturo Valenzuela); o ex-subsecretário de Estado Strobe Talbott; intelectuais como Moises Naeem e membros da comunidade cubano-americana.
Para aumentar o apoio à sociedade civil defendem permitir remessas ilimitadas, embora não sejam para parentes, a fim de “apoiar atividades independentes” em Cuba, e estender o tipo de bens que os viajantes podem levar à ilha para ajudar aos pequenos empresários.
Além disso, pedem autorizar a importação e exportação de alguns bens e serviços entre o setor privado americano e empreendedores cubanos independentes; permitir às ONGs americanas e outras organizações que deem empréstimos a pequenas cooperativas, agricultores e microempresários em Cuba.
No âmbito educativo, solicitam que se permita às instituições acadêmicas emitir bolsas de estudos para estudantes cubanos destacados; promover a troca de estudantes no âmbito agrícola, e que se permita a empresários cubanos participar de bolsas de estudos em empresas americanas e ONG.
Além disso, pedem para autorizar a venda de hardware de telecomunicações em Cuba e dar as licenças necessárias às instituições financeiras que agora têm proibido de realizar transações com a ilha para que possam fazê-lo.
O ex-secretário do Interior Ken Salazar; a ex-secretária de Trabalho Hilda Solís; os ex-chefes do Escritório de Interesses dos EUA em Cuba (Vickie Huddleston e Michael Parmly), o bispo episcopal do sudeste da Flórida, Leo Frade, e David Rockefeller, presidente de honra do Council of the Americas também estão entre as quase 50 personalidades que assinam o pedido. EFE
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