Peru combate abusos a imigrantes haitianos que entram no país rumo ao Brasil

  • Por Agencia EFE
  • 20/03/2014 18h43

Lima, 20 mar (EFE).- O governo do Peru lançou nesta quinta-feira em Lima uma campanha informativa que procura “frear” os abusos aos cidadãos haitianos que transitam desde 2010 pelo Peru rumo ao Brasil para tentar melhorar sua condição de vida.

Em entrevista coletiva as autoridades peruanas informaram que o foco da campanha são os cidadãos haitianos e que acontecerá principalmente na fronteira, como Madre de Dios, Arequipa e Cuzco, por “serem parte da rota ao Brasil”, detalhou o diretor de Política Consular da Chancelaria, Carlos Polo.

“Os folhetos são noticiários e estão em crioulo (a língua nativa haitiana) e em francês, para que os cidadãos haitianos saibam que os requisitos para o visto são mínimos e optem pela legalidade”, cotou Polo.

Ele acrescentou que “a necessidade não deve dirigir ao abuso, cobranças indevidas e situações adversas contra estes cidadãos irmãos”.

Já o defensor público Eduardo Vega explicou que o Peru tem “a necessidade de controlar as fronteiras”, mas ressaltou que “a situação migratória não tira direitos nem torna uma pessoa menos que outra”.

“Nosso país é receptor de muitos migrantes e isso deve nos fazer refletir sobre as características que deve ter nossa política migratória”, opinou Vega.

A campanha distribuirá cinco mil cartilhas informativas e 500 cartazes em pontos estratégicos das cidades e “invoca os haitianos a não se submeterem as máfias dedicadas ao tráfico de pessoas e a comparecer ao Consulado do Brasil no Peru para pedir um visto”, detalhou a chancelaria.

Nos últimos três anos mais de três mil haitianos entraram território peruano pela fronteira norte do país rumo ao Brasil, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

Só em 2013 as autoridades peruanas de migrações registraram 2.191 haitianos ilegais e em janeiro e fevereiro 316 casos.

Segundo as autoridades locais, entre 40 e 70 haitianos passam diariamente pela fronteira do Peru com o Brasil, desde a cidade de Iñapari em direção a Assis, no Amazonas. EFE

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