Pesquisa aponta que quase metade dos alunos já foi agredida em escolas públicas
Uma pesquisa da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, divulgada nesta segunda-feira (21/03), aponta que quase metade dos alunos já foi agredida nas escolas públicas das sete capitais mais violentas do Brasil. É um número contraditório considerando a vocação do ambiente estudantil. Fortaleza ocupa o topo do ranking, seguida por Belo Horizonte, Salvador e Maceió.
O tipo de ocorrência mais comum é o cyberbullying, que só perde para roubo e furto. A sala de aula e o pátio são os principais locais onde acontecem as ações, e os próprios colegas são os principais agressores. Mas os professores também aparecem como autores no estudo coordenado por Miriam Abramovay.
A socióloga pondera que os conflitos entre as relações sociais são os que mais atrapalham o ambiente propício para a aprendizagem em sala: “Evidentemente que tem violência física, e eles se batem muito, mas o que mais encontramos nas escolas são problemas nas relações sociais, entre alunos, e entre alunos e professores, ou seja, a escola não está sendo um lugar agradável nem para o jovem, adolescente, nem para os professores”.
Casos de agressões, ameaças e roubos no entorno da escola são relatados por 84% dos estudantes. Apesar de não ser possível traçar um paralelo com outros estudos, a professora acredita que além de refletir e reproduzir a realidade da região, a escola também produz formas próprias de violência: “Acho que não dá para dizer se piorou, mas como é óbvio que a situação da violência na nossa sociedade é muito complicada, acho que a escola, nesse sentido, ela também o reflete”.
Os dados são de 2015, mas devem ajudar professores já neste ano a combater o bullying em sala. Uma lei federal obriga, desde o mês passado, escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e combate à prática de atos de violência física ou psíquica contra estudantes.
Informações: Carolina Ercolin
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