Pesquisa revela aumento eloquente de apoio ao Hamas após guerra em Gaza
Jerusalém, 2 set (EFE).- O grupo islamita Hamas saiu reforçado do último conflito bélico em Gaza e, caso as eleições fossem realizadas agora, ganharia pela primeira vez desde 2006 as legislativas e as presidenciais, revela uma pesquisa divulgada nesta terça-feira.
O estudo abrange um amplo leque de perguntas relacionadas à política interna palestina e ao conflito armado, e foi elaborado pelo Centro Palestino para a Política e Pesquisa Estatística, sob a direção do demógrafo Khalil Shikaki.
Segundo Shikaki, se as eleições fossem realizadas hoje, o dirigente do grupo islamita palestino em Gaza, Ismail Haniyeh, teria o voto de 61% dos palestinos para a presidência, enquanto o atual presidente, o moderado Mahmoud Abbas, obteria apenas 32%.
Os pesquisadores destacam que, ao contrário das enquetes anteriores, nas quais o movimento islamita também teve um aumento de sua popularidade, essa se mostra mais relacionada às causas da guerra em Gaza, levando em consideração a queda tanto do movimento rival Fatah como do presidente Abbas.
“Devemos ressaltar que essa mudança pronunciada a favor do Hamas não tem precedentes desde 2006. De fato, se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, Ismail Haniyeh ganharia facilmente de Abbas, enquanto o Hamas alcançaria a maior porcentagem de popularidade nas eleições parlamentares”, precisa um comunicado do centro.
No entanto, os pesquisadores advertem que, assim como ocorreu há oito anos, essa popularidade poderia cair nos próximos meses, como ocorreu após outros conflitos entre o Hamas e Israel.
Por outra parte, a maior parte dos palestinos interpreta o recente confronto como uma vitória para o Hamas, apoiando a luta armada como medida para pôr fim à ocupação.
O estudo revela que 79% dos entrevistados acreditam que o Hamas ganhou a guerra, enquanto 86% defende o lançamento de foguetes contra Israel desde territórios palestinos até o fim do bloqueio, uma das principais reivindicações do grupo.
A pesquisa, iniciada no dia 26 de agosto – ultimo dia do conflito – e que se estendeu por mais quatro dias após o cessar-fogo, também evidencia que 57% dos palestinos rejeitam o desarmamento dos grupos armados em Gaza, enquanto 25% apoiam a medida após o fim do bloqueio à Faixa.
No total, 1.270 adultos de 127 povoados palestinos, selecionados de maneira aleatória, foram entrevistados tête-à-tête para elaborar essa pesquisa, que tem uma margem de erro de 3 %. EFE
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