Petrobras capta US$ 3 bilhões no mercado internacional

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/07/2016 08h42
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Preocupada em alongar sua dívida, a Petrobras voltou, nesta quinta-feira (7), ao mercado internacional para captar US$ 3 bilhões com a emissão de bônus, conforme antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, no início da semana. A demanda superou a expectativa de captação da estatal e permitiu a negociação mais favorável para as condições de retorno aos investidores. 

A operação ampliou a oferta de títulos da dívida da estatal, realizada em maio último, que estendeu os compromissos com vencimento entre fevereiro de 2017 e abril de 2019. Na ocasião, a petrolífera já havia levantado mais de US$ 6,7 bilhões. 

A estratégia, traçada pelo diretor financeiro da Petrobrás, Ivan Monteiro, é garantir alívio de caixa na estatal até o próximo ano. 

De acordo com fontes, a demanda para os títulos emitidos, também nesta sexta, chegou a US$ 7,6 bilhões. Com isso, a companhia conseguiu reduzir a taxa de retorno oferecida aos investidores, limitando o custo da nova operação.

As taxas de retorno negociadas ficaram entre 7,875% e 8,750%, de acordo com fontes do mercado financeiro. Inicialmente, o retorno para os títulos de longo prazo passava de 9%. 

Alongamento

Os papéis emitidos pela companhia passam a ter vencimento em 2021 e 2026. A principal demanda dos investidores foi para os títulos com vencimento mais próximo, que levantou US$ 1,75 bilhão. A operação ainda será concluída com a definição da taxa de juros e da distribuição dos títulos entre os investidores habilitados. 

Em comunicado, a companhia explicou que a operação terá “garantia total e incondicional” de sua direção. A oferta será consolidada juntamente com a oferta, concluída no último dia 23 de maio, formando duas séries únicas de acordo com o vencimento dos títulos. 

A recompra dos títulos de curto prazo também foi iniciada, já na passada quinta-feira (7), de acordo com o comunicado oficial da empresa, com prazo final até agosto. A prioridade é para adquirir os títulos com vencimento em 2017. Ao todo, a Petrobras tem dívidas de R$ 47 bilhões e vencimento no próximo ano. A dívida total da petroleira passa de R$ 450 bilhões.

Em comunicado à CVM, estatal confirma captação

A Petrobras confirmou a emissão de US$ 3 bilhões com a reabertura de bônus 2021, com cupom de 8,375% ao ano (a.a.), e 2026, com cupom de 8,750% a.a., conforme antecipado, nesta quinta-feira (7), pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

No bônus 2021, o volume emitido foi de US$ 1,750 bilhão, com rendimento ao investidor de 7,750% a.a., ao preço de emissão de 101,971% do montante principal, mais juros capitalizados a partir de 23 de maio de 2016.

Já na reabertura dos títulos com vencimento em 2026, o volume emitido foi de US$ 1,250 bilhão, com rendimento ao investidor de 8,750% a.a., e preço de emissão de 99,981% do montante principal, mais juros capitalizados a partir de 23 de maio de 2016.

Segundo o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os títulos adicionais de 2021 serão consolidados com os US$ 5 bilhões emitidos em 23 de maio de 2016, formando uma série única, assim como os títulos adicionais de 2026 serão consolidados com o US$ 1,75 bilhão emitido em 23 de maio de 2016, também formando uma série única. A oferta foi registrada na Securities and Exchange Comission (SEC) e a conclusão da operação está prevista para 13 de julho de 2016.

“A PGF (Petrobras Global Finance) pretende usar os recursos líquidos da venda desses títulos para recomprar outros títulos desde que entregues de maneira válida, de acordo com determinada ordem de prioridade previamente anunciada e o restante desses recursos para propósitos corporativos em geral”, informou, no texto, a Petrobras, que também foi acrescentou que o limite de recompra foi elevado de US$ 2 bilhões para US$ 3 bilhões.

As instituições subscritoras e bookrunners da oferta são o BB Securities Ltd, JPMorgan Securities LLC, Merrill Lynch, Pierce, Fenner & Smith Incorporated e Santander Investment Securities Inc. A Global Bondholder Services Corporation atua como agente depositária e de informações.

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