Petrobras dispara na Bolsa com rumor sobre saída de Graça Foster

  • Por Agência Estado
  • 03/02/2015 13h15
RIO DE JANEIRO, RJ - 22.12.2014: PETROBRAS - A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu que encontrou pessoalmente "algumas poucas vezes" a funcionária Venina Velosa da Fonseca, que afirma ter feito denúncias de irregularidades na área de abastecimento da companhia, mas negou que tenha sido omissa na apuração de supostos desvios apontados pela ex-gerente. ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress) Ricardo Borges/Folhapress Presidente da Petrobras

As ações da Petrobras dispararam no fim da manhã desta terça-feira, 3, apresentando de 9,93% na PN e de 8,98% na ON, ante avanço de 2,35% do Ibovespa. Operadores avaliam que o desempenho está atrelado aos rumores sobre a saída da presidente da estatal, Graça Foster, e alterações no conselho de administração.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o governo prepara para breve o anúncio de uma importante mudança no conselho de administração. Composto por dez membros, sete são representantes da União, controladora majoritária da empresa. Mas apenas dois sem vínculo direto com o governo: o general da reserva Francisco Albuquerque e Sérgio Quintela, dirigente da FGV. Os demais são ministros, ex-ministros e o presidente do BNDES. A intenção, segundo fonte do próprio governo, é profissionalizar o conselho, substituindo-os por profissionais da iniciativa privada.

Para o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora, além da expectativa de mudanças, também contribui a recuperação do petróleo para a casa dos US$ 51 esta semana e ainda informação da colunista Sonia Racy, de que é prioridade no governo publicar o balanço de 2014 antes do Carnaval. “Além disso, o papel caiu 20% em três dias, então essas notícias abrem espaço para recuperação dos papéis da estatal”, avalia.

O impasse contábil da estatal, que divulgou na semana passada o balanço do terceiro trimestre de 2014 – não auditado pela PricewatherhouseCoopers (PwC) – mobiliza uma força-tarefa do governo na busca de uma solução. Há a percepção clara, segundo o Estado apurou, de que o não fechamento do balanço coloca em risco todo o País.

A auditoria evita assinar o balanço enquanto a estatal não deixar claras as perdas com as fraudes que estão sendo investigadas na Operação Lava Jato. Sem as baixas contábeis, a PwC também fica vulnerável a eventuais processos pelas autoridades que vigiam o mercado financeiro no Brasil (CVM, Comissão de Valores Mobiliários) e Estados Unidos (SEC, Securities and Exchange Commission).

Segundo fontes, chegou-se a discutir uma investigação em torno de todas as operações financeiras da empresa para atestar a idoneidade do diretor da área, Almir Barbassa, e, assim, facilitar o acerto do balanço. A conclusão do processo foi estimada em dois meses, mas a proposta foi rejeitada pelo comando da estatal. Barbassa ocupa a diretoria Financeira desde julho de 2005, quando José Sergio Gabrielli, então diretor, foi promovido pelo presidente Lula à presidência do grupo. A Petrobras nega que a PwC tenha pedido a investigação sobre Barbassa.

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