Petrobras perde R$ 6,2 bilhões com corrupção e anuncia prejuízo de quase R$ 22 bi em 2014
Em balanço divulgado nesta quarta-feira (22), a Petrobras apresentou prejuízo de R$ 21,6 bilhões no ano de 2014, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos – impairment (R$ 44,6 bilhões), da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da Operação Lava Jato (R$ 6,2 bilhões), do provisionamento de perdas com recebíveis do setor elétrico (R$ 4,5 bilhões), das baixas dos valores relacionados à construção das refinarias Premium I e II (R$ 2,8 bilhões) e do provisionamento do Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário-PIDV (R$ 2,4 bilhões).
Ao falar sobre o balanço auditado do 3º trimestre de 2014, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine disse que a Petrobras “não dará marcha ré” e que continuará colaborando com as investigações.
Bendine ainda afirmou que, ao apresentarem os dados, dá-se “um passo fundamental em direção ao pleno resgate da Petrobras, junto aos seus acionistas, fornecedores, mercado e sociedade”. O presidente da estatal ainda afirmou que a Petrobras “volta a garantir a normalidade dos seus funcionamentos com investidores, acionistas e credores no Brasil e no exterior”.
Segundo o balanço auditado, no terceiro trimestre do ano passado, o prejuízo foi de R$ 5,339 bilhões. “A Companhia reconheceu no terceiro trimestre de 2014 uma baixa no montante de R$ 6,194 milhões de gastos capitalizados, referente a valores que a Petrobras pagou adicionalmente na aquisição de ativos imobilizados em períodos anteriores”, disse o balanço.
A diferença em relação ao lucro líquido divulgado em 27 de janeiro de 2015, de R$ 3,1 bilhões, reflete a baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da Operação Lava Jato (R$ 6,2 bilhões), além de um complemento de provisão para perdas com recebíveis do setor elétrico de R$ 1,6 bilhão.
“R$ 6,2 bilhões é a baixa referente a gastos adicionais capitalizados indevidamente em decorrência da operação Lava Jato. A companhia, ao contratar empresas membro desse cartel, pagou por aquele ativo recursos que não foram utilizados para a constituição do mesmo”, disse Mario Jorge Silva, gerente executivo de desempenho.
Como destaque operacional, a produção de petróleo e gás natural (Brasil e exterior) cresceu 5% em relação a 2013, atingindo a média de 2 milhões 669 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2014. A produção do Pré-sal contribuiu com 381 mil bpd no ano, com recorde de produção diária de petróleo estabelecido em 21 de dezembro, com 713 mil barris.
Segundo nota divulgada, no refino, a produção total de derivados de 2014 foi de 2 milhões 170 mil bpd, 2% acima de 2013. Em novembro entrou em operação o 1º trem da RNEST. Os investimentos totalizaram R$ 87,1 bilhões em 2014, uma redução de 17% em relação a 2013 e a Companhia terminou o ano com R$ 68,9 bilhões em caixa.
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