Pezão atribui arrastões à reação de traficantes

  • Por Agencia EFE
  • 17/09/2014 18h36

Rio de Janeiro, 17 set (EFE).- As autoridades do Rio de Janeiro atribuíram os arrastões que assustaram no domingo milhares de banhistas na praia de Ipanema a uma reação de grupos de traficantes contra a polícia.

“Temos algumas informações dos (serviços de inteligência) da Secretaria de Segurança Pública que nos permitem dizer que os narcotraficantes querem desestabilizar nossa política de pacificação”, afirmou o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, ao ser interrogado sobre os assaltos coletivos que geraram confusão no domingo na praia de Ipanema.

Pezão, que tenta a reeleição no pleito de 5 de outubro, tem como principal bandeira de campanha o processo de “pacificação”, como é conhecida a política de segurança pública que vem instalando postos permanentes de Polícia em favelas que antes estavam em mãos de poderosos grupos de traficantes.

Dita política tem por objetivo instalar as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas principais favelas do Rio antes dos Jogos Olímpicos que a cidade organizará em 2016.

“Esses ataques (assaltos) não debilitam nossa determinação de seguir enfrentando a criminalidade. Todos sabemos que em período eleitoral sempre tentam nos colocar a toda prova, mas nada disso vai desestabilizar nosso governo. Seguiremos investindo na política de pacificação”, acrescentou o governador.

Pezão lembrou que os chamados “arrastões” são recorrentes em período eleitoral.

“Isso já ocorreu em outras eleições”, disse Pezão ao dar a entender que os assaltos coletivos também podem ter motivação política e ao lembrar fatos similares ocorridos pouco antes de eleições anteriores.

“Eu gostaria de acreditar que (os assaltos coletivos) não têm a ver com o processo eleitoral, mas os marginais estão incomodados com o governo de Pezão. Pode haver uma motivação política dos narcotraficantes”, disse por sua parte o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao se referir aos incidentes do domingo.

As imagens de jovens correndo, tumultos na praia, brigas entre banhistas e policiais detendo supostos assaltantes e usando gás pimenta na areia foram transmitidas por televisões em vários países, e afetaram a imagem do Rio de Janeiro.

A sensação de insegurança foi reforçada pelas milhares de mensagens que inundaram as redes sociais e nas quais diferentes banhistas diziam estar vendo os assaltos.

Pelo menos 30 pessoas foram detidas no domingo acusadas de participar de assaltos, roubos e furtos.

A polícia, que já tinha reforçado sua presença nas praias para prevenir possíveis conflitos nos fins-de-semana com altas temperaturas após o inverno, anunciou hoje que elevará desde 650 a 710 o número de uniformizados responsáveis pela segurança nas areias mais movimentadas, como Ipanema e Copacabana.

A polícia informou igualmente que utilizará uma plataforma elevada com vista para a praia de Ipanema e para praia de Copacabana para centralizar suas ações e que utilizará igualmente um helicóptero equipado com câmaras de televisão e que pode transmitir as imagens diretamente ao comando da instituição. EFE

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