PF confunde nomes e conduz pessoa errada na Zelotes: “constrangedor”
Em nova fase da Operação Zelotes deflagrada nesta quinta-feira (25), a Polícia Federal cometeu gafe ao cumprir um dos 20 mandados de condução coercitiva. Em São Paulo, o advogado Marco Antonio Biondo Pereira Mattos teve mandado de condução coercitiva e um de busca e apreensão em sua residência em São Paulo expedidos contra ele. No entanto, o advogado foi confundido pelos agentes da PF com Marcos Antônio Biondo, que atuou como consultor jurídico tributário da Gerdau até dezembro último.
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o advogado Marco Antonio Biondo Pereira Mattos disse ter achado estranho a aparição da PF às 6h em sua residência. “Foi bastante constrangedor. A Polícia Federal bateu na porta por volta das 6h com quatro agentes. Um mandado de busca e apreensão e um de condução coercitiva para Marcos Antônio Biondo. Eu achei estranho porque meu nome não é esse, mostrei minha identidade. O delegado que estava presente parece que também achou que tinha algo errado, mas permiti que fosse feita a busca, ele [o delegado] optou por não fazer”, contou.
Mattos foi à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa, e esclareceu o mal entendido. “Tinha umas perguntas para responder, pré-determinadas de Brasília e esclareci que não sou essa pessoa, nunca trabalhei para a Gerdau, não trabalho na área tributária, nunca pisei no Carf e não conheço nenhuma das pessoas físicas ou jurídicas ali mencionadas. Mas estava preocupado com isso”, disse.
Mas quem acabou por desfazer a confusão da Polícia Federal foi a esposa do advogado, que em pesquisa na internet encontrou o perfil de Marcos Antônio Biondo no LinkedIn. “O delegado ficou bastante sem graça dela ter descoberto dessa forma e conseguiu entrar no site da OAB e verificar que não era eu e que colocaria esse material no processo e para eu não ficar preocupado. Mas eu fiquei bastante constrangido”, declarou.
A ação da PF foi duramente criticada pelo advogado de Mattos, Domenico Donangelo Filho. Para ele, o erro na investigação foi grosseiro e a situação causou um profundo constrangimento para o seu cliente.
Questionado se pretendia tomar alguma decisão pelo erro da Polícia Federal, Mattos disse que estaria, sim, propenso. “O sentimento de injustiça é muito grande. Seria uma reclamação disciplinar e uma ação de indenização contra a União pelo constrangimento causado. Agora é muito difícil porque a equipe que executou isso, eles foram discretos, foi tudo ok. Só que tem o responsável pelo inquérito, o Ministério Público, tem o juiz que não podem deixar uma coisa dessas ir para frente, porque se fosse um mandado de prisão, como eu ia explicar isso?”, questionou.
*Informações do repórter Victor LaRegina
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