PF desmonta esquema internacional de lavagem e evasão que movimentou R$ 3 bilhões

  • Por Jovem Pan
  • 11/06/2015 16h10

A ação da PF envolve pelo menos 130 agentes do órgão no cumprimento de 11 mandados de prisão Divulgação/Polícia Federal Polícia Federal Evasão

A Polícia Federal prendeu 11 pessoas suspeitas de participar de um esquema internacional de lavagem de dinheiro. A quadrilha, que tinha apoio de doleiros e funcionários de bancos, usava até estatal venezuelana para mandar e receber dinheiro de forma irregular.

Ao todo foram 11 mandados de prisão cumpridos pela Policia Federal nesta quinta-feira: nove em São Paulo, um em Curitiba e um em Resende, no Rio de Janeiro.

Entre os presos, estão três funcionários de bancos que são suspeitos de conivencia com um esquema internacional de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Os criminosos chegaram a movimentar R$ 3 bilhões reais nos últimos três anos.

Na primeira fase da operação Porto Victoria, 130 policiais federais cumpriram ainda dois mandados de condução coercitiva e 30 de busca e apreensão.

Entenda

A investigação começou há nove meses, quando a Agência Norte-Americana de Imigração e Alfândega pediu que fosse investigado o envolvimento de um brasileiro em uma organização criminosa que atuava em diversos países como Reino Unido, Venezuela, Estados Unidos, Brasil e Hong Kong.

Segundo o titular da delegacia de repressão a crimes financeiros, Delegado Alberto Ferreira Neto, o crime de evasão de divisas, que é quando um país envia dinheiro a outro sem declarar, ocorria através de transações falsas de importação e exportação.

Foram analisadas exportações ficticias da Venezuela para o Brasil, e do Brasil para a venezuela, cujo dinheiro chegou a ser depositado em contas de uma estatal venezuelana.

As operações ocorriam sem que o produto fosse necessariamente comercializado. Alguns artigos brasileiros chegaram a ser superfaturados em até 5.000%. (Ouça detalhes das falas do delegado no áudio acima)

Negócio da China

Já para enviar dinheiro do Brasil à China, os brasileiros montavam operações falsas de importações.

Empréstimos para Hong Kong também facilitavam o envio de dinheiro para outras contas ao redor do mundo. Para que essas operações pudessem ser feitas, era necessária a participalçao de operadores do sistema financeiro: como funcionários de bancos e de corretoras de valores.

Também foram detectadas transações por meio de um esquema conhecido como “dólar cabo”, que é uma maneira de mandar dinheiro para fora do país sem passar pelas instituições financeiras.

Normalmente, essa operação é feita por doleiros no mercado paralelo.

Os detidos responderão pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e organização criminosa.

Na próxima etapa da operação, a polícia quer chegar aos clientes do esquema.

Informações da repórter JP Helen Braun

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