PF desmonta esquema internacional de lavagem e evasão que movimentou R$ 3 bilhões
A ação da PF envolve pelo menos 130 agentes do órgão no cumprimento de 11 mandados de prisão
Polícia Federal EvasãoA Polícia Federal prendeu 11 pessoas suspeitas de participar de um esquema internacional de lavagem de dinheiro. A quadrilha, que tinha apoio de doleiros e funcionários de bancos, usava até estatal venezuelana para mandar e receber dinheiro de forma irregular.
Ao todo foram 11 mandados de prisão cumpridos pela Policia Federal nesta quinta-feira: nove em São Paulo, um em Curitiba e um em Resende, no Rio de Janeiro.
Entre os presos, estão três funcionários de bancos que são suspeitos de conivencia com um esquema internacional de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Os criminosos chegaram a movimentar R$ 3 bilhões reais nos últimos três anos.
Na primeira fase da operação Porto Victoria, 130 policiais federais cumpriram ainda dois mandados de condução coercitiva e 30 de busca e apreensão.
Entenda
A investigação começou há nove meses, quando a Agência Norte-Americana de Imigração e Alfândega pediu que fosse investigado o envolvimento de um brasileiro em uma organização criminosa que atuava em diversos países como Reino Unido, Venezuela, Estados Unidos, Brasil e Hong Kong.
Segundo o titular da delegacia de repressão a crimes financeiros, Delegado Alberto Ferreira Neto, o crime de evasão de divisas, que é quando um país envia dinheiro a outro sem declarar, ocorria através de transações falsas de importação e exportação.
Foram analisadas exportações ficticias da Venezuela para o Brasil, e do Brasil para a venezuela, cujo dinheiro chegou a ser depositado em contas de uma estatal venezuelana.
As operações ocorriam sem que o produto fosse necessariamente comercializado. Alguns artigos brasileiros chegaram a ser superfaturados em até 5.000%. (Ouça detalhes das falas do delegado no áudio acima)
Negócio da China
Já para enviar dinheiro do Brasil à China, os brasileiros montavam operações falsas de importações.
Empréstimos para Hong Kong também facilitavam o envio de dinheiro para outras contas ao redor do mundo. Para que essas operações pudessem ser feitas, era necessária a participalçao de operadores do sistema financeiro: como funcionários de bancos e de corretoras de valores.
Também foram detectadas transações por meio de um esquema conhecido como “dólar cabo”, que é uma maneira de mandar dinheiro para fora do país sem passar pelas instituições financeiras.
Normalmente, essa operação é feita por doleiros no mercado paralelo.
Os detidos responderão pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e organização criminosa.
Na próxima etapa da operação, a polícia quer chegar aos clientes do esquema.
Informações da repórter JP Helen Braun
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