PGR denuncia Cunha e Collor ao STF

  • Por Agencia EFE
  • 20/08/2015 20h17
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Brasília, 20 ago (EFE).- A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou nesta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o senador Fernando Collor (PTB-AL) por suposta participação no escândalo de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.

Cunha foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, mas o conteúdo da denúncia contra Collor foi mantido em sigilo porque conta com trechos de delações premiadas que ainda não foram validadas pela Justiça. O procurador-geral Rodrigo Janot apresentou as denúncias ao STF porque os dois acusados têm foro privilegiado.

Também foram denunciados hoje no mesmo processo a ex-deputada pelo PMDB e atual prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida; o ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos e outras três pessoas próximas a Collor.

Se o STF aceitar as denúncias apresentadas pelo Ministério Público, os acusados passarão a ser réus do processo. Cunha e Collor, devido ao foro privilegiado, responderiam somente à máxima corte.

O relator do processo no STF, o ministro Teori Zavascki, deverá agora notificar a defesa dos acusados para que apresentem provas de desencargo, e após isso o caso retornará ao Ministério Público, que emitirá um conceito antes que a máxima corte decida, em plenário, a abertura ou não de um julgamento.

Eduardo Cunha foi acusado pelo lobista Júlio Camargo, que colabora com as investigações em troca de uma redução de sua futura pena, de ter recebido entre junho de 2006 e outubro de 2012 pelo menos US$ 5 milhões no exterior por ter intermediado uma contratação de navios-sonda para a Petrobras.

O próprio Camargo confessou ter recebido um suborno de US$ 40 milhões da sul-coreana Samsung Heavy Industries, empresa que forneceu os navios à estatal.

Além das operações com remessas internacionais, a Procuradoria identificou transferências suspeitas, a título de doações, para uma igreja evangélica com ligações políticas com Cunha, que, segundo as denúncias, teria pressionado Camargo para lhe dar mais dinheiro quando a empresa deixou de pagar propinas.

Em sua defesa, o presidente da Câmara alega que é vítima de uma perseguição por parte de Janot e, ontem, perante os rumores de que a PGR apresentaria a denúncia, o político descartou renunciar a seu cargo, como pedem alguns setores governistas.

Quanto a Collor, a Procuradoria Geral acusa o ex-presidente de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras entre 2010 e 2014 e de ter se aproveitado de um “sofisticado sistema de lavagem de dinheiro” através de algumas empresas de sua propriedade ou de outras das quais era sócio. EFE

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