Philae recebe pouca energia solar para manter testes científicos
Arantxa Iñiguez.
Frankfurt, 13 nov (EFE).- O módulo Philae recebe poucas horas de luz solar para carregar seus painéis com energia o suficiente para continuar, nos próximos dias, com os testes científicos que realiza, informou a Agência Espacial Europeia (ESA) nesta quinta-feira.
O Philae, que mantém sem problemas a comunicação com sua nave mãe Rosetta nas horas que esta tem visibilidade, já enviou as primeiras imagens do cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko, realizadas sobre sua superfície depois da aterrissagem.
Por enquanto, a Agência Espacial Europeia (ESA) desconhece a posição exata do Philae, mas prevê que a câmera de alta resolução que a nave Rosetta possui possa descobrí-la nas próximas horas.
A ESA esperava que o Philae tivesse entre 6 e 7 horas de luz solar por dia, mas só recebe uma hora e meia, disse à Agência Efe o chefe do Departamento de Engenharia de Sistemas de Terra da agência, Juan Miró.
O módulo, apoiado na superfície com dois de seus pilares e com o terceiro no ar, tem uma bateria que lhe dá autonomia energética de até dois dias, e o que lhe restar de vida dependerá dos painéis solares. O chefe de Voo da ESA, Paolo Ferri, prevê que o Philae poderá permanecer estável sobre o cometa, após ter tido problemas para se fixar sobre ele.
O cometa deve seu nome aos astrônomos ucranianos Klim Churyumov e Svetlana Gerasimenko, que o descobriram em 1969. Ele está em uma órbita elíptica de 6,5 anos, sua maior aproximação do Sol ocorre entre as órbitas da Terra e de Marte, e o maior afastamento, além da órbita de Júpiter.
A sonda mãe Rosetta lançou ontem o módulo Philae sobre o cometa quando estava a uma distância de 22 quilômetros. O pequeno laboratório, do tamanho de uma geladeira e com 98 quilos de peso, aterrissou sete horas depois para estudar a composição do cometa e investigar se teriam levado a água à Terra.
O Philae se comunica através da Rosetta, e todos os sinais que as duas naves mandam chegam à Terra 28 minutos depois, porque viajam à velocidade da luz e estão a uma distância de 511 milhões de quilômetros.
Todas as correções das manobras são feitas mais ou menos com uma hora de atraso, porque o sinal desde o centro de controle de operações da ESA, em Darmstadt (Alemanha), também demora 28 minutos para chegar às naves.
A Rosetta, que acompanhará o cometa até o final do próximo ano quando se aproximar do Sol, proporciona 80% dos dados científicos, e o Philae cobrirá os 20% restantes.
Por exemplo, a Rosetta já detectou que o cometa emite vapor de água: em julho, quando ele estava a 583 milhões de quilômetros, o fazia em quantidade equivalente a dois pequenos copos de água por segundo, e em setembro em até um litro por segundo. EFE
aia/id
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