Piloto de avião sírio derrubado insiste ter sido atacado dentro da Síria

Damasco, 24 mar (EFE).- O piloto do caça-bombardeiro sírio derrubado por aviões turcos insistiu nesta segunda-feira que sua aeronave estava dentro do espaço aéreo da Síria perseguindo “terroristas” quando foi surpreendido pelo ataque do país vizinho.

Em entrevista à televisão oficial síria, o piloto explicou que cumpria ontem uma missão de perseguição de “terroristas” no território sírio, a mais de sete quilômetros de distância da fronteira.

Após localizar seu alvo dentro de solo sírio, estabelecer contato visual e completar a missão, voltava para sua base quando um projétil disparado de um avião turco o atingiu.

O piloto, que fez estas declarações da maca do hospital sírio onde está internado, detalhou ter conseguido escapar usando o assento ejetável de sua aeronave e aterrisar com o paraquedas em território sírio.

Ele afirmou que tem intenção de retornar ao trabalho “com boa saúde, moral alta, vontade forte e uma determinação de ferro”, porque seu obetivo é continuar a lutar até que o último terrorista na Síria esteja morto.

Ontem, a Síria acusou a Turquia de ter derrubado um de seus caças-bombardeiros que “perseguia terroristas em território sírio”, apontou uma fonte militar não identificada à agência oficial síria “Sana”.

O Ministério das Relações Exteriores da Síria condenou “a agressão do governo turco contra a soberania da Síria” e considerou que reflete o envolvimento do país vizinho no território sírio “desde o início da crise até agora”.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou que as suas Forças Armadas derrubaram um avião militar sírio que se aproximava da fronteira comum, perto da província de Hatay, no litoral mediterrâneo.

“Nossos caças F-16 derrubaram aquele avião, que tinha violado o espaço aéreo da Turquia”, afirmou Erdogan durante um comício eleitoral.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos indicou que as defesas turcas atacaram um avião militar sírio quando ele fazia um bombardeio contra o norte da província síria de Latakia, sem dar mais detalhes. EFE