Pilotos da TAP convocam dez dias de greve a partir de 1º de maio

  • Por Agencia EFE
  • 15/04/2015 17h31
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Lisboa, 15 abr (EFE).- Os pilotos da companhia aérea portuguesa TAP anunciaram nesta quarta-feira a convocação de dez dias de greve, entre os dias 1º e 10 de maio, em protesto pelo descumprimento, por parte da companhia e do governo, dos acordos alcançados em dezembro do ano passado.

“O governo pretende excluir ilegitimamente os pilotos do processo de privatização” da companhia aérea, denunciou o Sindicato de Pilotos de Aviação Civil (SPAC) no comunicado no qual anuncia as interrupções estipuladas após a assembleia realizada esta tarde.

Os pilotos acrescentam na mesma nota que estão dispostos a “desconvocar a greve” no momento no qual se garantam “de forma inequívoca” seus direitos, em virtude dos acordos alcançados em dezembro, que permitiram dar marcha à ré a outras interrupções que tinham sido convocadas para o Natal.

Os pilotos asseguram que o governo e os responsáveis pela companhia não cumpriram o pacto alcançado então.

Concretamente, o sindicato acusa seus interlocutores de rejeitar agora o pagamento de complementos em contratos sêniors que foram suspensos em 2011.

Em sua opinião, esta mudança de postura se deve a uma tentativa de “revalorizar artificialmente” a empresa perante potenciais investidores e encobrir as “perdas exorbitantes” arrastadas pelo grupo TAP, que além da companhia aérea inclui outras empresas do setor aeronáutico com grandes dívidas.

Os quatro dias de greve anunciados em dezembro pelos sindicatos da TAP para protestar contra a privatização da companhia levaram então o governo luso a decretar a intervenção civil da empresa, um mecanismo extraordinário pouco utilizado em Portugal que obriga os empregados a apresentar-se em seu local de trabalho sob a ameaça de castigo penal.

Dos 12 sindicatos convocadores, nove deles acabaram por retirar-se após chegarem a um acordo com o Executivo para negociar algumas das condições da venda da TAP, enquanto os três restantes mantiveram a mobilização, mas recomendaram seus filiados a ir trabalhar, o que na prática permitiu à companhia aérea funcionar com normalidade.

O anúncio da convocação de uma nova greve para maio acontece horas depois de que, hoje mesmo, o presidente da espanhola Globalia – proprietária da linha aérea AirEuropa -, Juan José Hidalgo, revelou que a empresa desistiu do leilão pela TAP devido precisamente a sua elevada dívida. EFE

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