Pior na qualidade de ar desde 2007 aumenta possibilidade de morte prematura

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2014 16h36

A piora na qualidade do ar em São Paulo desde 2007 aumentou a possibilidade de morte prematura e revelou a falta de planejamento para a redução de poluentes. O tempo seco agrava o quadro, sendo que até o mês de outubro os limites toleráveis foram superados 1325 vezes em 23 estações medidoras.

Apesar disso, a cidade de São Paulo ainda tem uma condição melhor do que as de capitais de países como China e Índia. De acordo com o professor de pneumologia da Escola Paulista de Medicina, Clystenes Odir, falou sobre riscos e fez uma comparação inusitada.

“O ser humano respira dez mil litros de ar por dia. Imagine você entrar em contato com esse volume de ar inadequado. É a mesma coisa que a gente imaginar tomar dois litros de água por dia tirados do Rio Tietê. Nós temos 10% da população com asma”, contou o pneumologista.

“Isso faz com que nós tenhamos, em função desse ar inadequado, uma piora dos sintomas. Muitas vezes com crise, com prejuízo do ponto de vista familiar, porque com uma criança doente um pai ou uma mãe no pode trabalhar, muitas pessoas têm sangramento nasal e procuram o pronto-socorro por conta disso. Ou seja, é uma situação que realmente preocupa”.

Odir recomendeu evitar os exercícios ao ar livre durante o dia e umidificar o ambiente com vaporizadores e bacias de água. Segundo o coordenador do laboratório de ciências atmosféricas da USP, Paulo Saldiva, a capital precisa investir em um novo plano de transporte.

“Mais veículos ficam na rua mais tempo emitindo poluentes sem ir pra lugar nenhum. Nós teremos que investir em transporte coletivo de boa qualidade, tanto pro passageiro, como também de baixa emissão de poluentes”, disse.

Saldiva lembrou também que, com o tempo seco, os poluentes não se dispersam e ficam concentrados na cidade.

Ouça mais informações no áudio acima.

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