Planejamento vê impacto de R$ 4,9 bi em 2017 com novo limite do FGTS para imóvel
A ampliação do valor máximo de imóveis que poderão ser adquiridos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) vai gerar um impacto de R$ 4,9 bilhões na economia brasileira este ano, calcula o Ministério do Planejamento. O reflexo no Produto Interno Bruto (PIB) deve ser de 0,07 ponto porcentual.
Na quinta-feira, 16, o Conselho Monetário Nacional (CNM) decidiu elevar o limite máximo do valor de avaliação de imóveis novos que podem ser comprados com o dinheiro do fundo para R$ 1,5 milhão. O novo limite é temporário e vai vigorar de 20 de fevereiro a 31 de dezembro deste ano, mas o CMN ainda fará nova avaliação do mercado para decidir se há condições de estender o teto para 2018.
O novo limite vale para todas as regiões do País. Os compradores ainda poderão ter acesso às taxas de juros aplicáveis ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que são menores. Antes, o teto variava de R$ 850 mil a R$ 950 mil, conforme o município.
O estudo conduzido pela Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos (Seplan) do Ministério do Planejamento mostra que “a medida vai contribuir para a retomada do crescimento”. Nas contas da Seplan, a iniciativa poderá resultar em um acréscimo anual de R$ 490 milhões nos saques de contas vinculadas do FGTS. Esses recursos possibilitariam a venda de quatro mil unidades, de acordo com o governo.
Na quinta, no entanto, o diretor da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luís Fernando Moura, falava em uma expectativa de dar vazão a mais de 120 mil unidades que estão no estoque das construtoras.
O governo federal tem buscado reforçar a chamada “agenda positiva”, com o anúncio de medidas populares. A queda na avaliação da gestão do presidente Michel Temer coloca ainda mais pressão sobre essa agenda na tentativa de reverter o quadro e mostrar sinais de recuperação da economia. O aumento do valor dos imóveis que podem ser comprados com recursos do FGTS atende a uma demanda da classe média e das construtoras, que querem desovar estoques.
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