Planetários de São Paulo seguem fechados e com problemas estruturais

Planetário do parque Ibirapuera em 1965

Planetário Ibirapuera

O planetário do Parque do Ibirapuera e do Parque do Carmo estão fechados e a previsão de reabertura continua sendo adiada. A última promessa era segundo semestre de 2014. Enquanto o primeiro está fora de atividade desde março de 2013 porque teria sido atingido por um raio, o segundo já foi aberto em 2005 com problemas estruturais nunca consertados.

Mas os problemas não acabam aí. Recontratar os profissionais do setor também vai ser um desafio, explicar o chefe do departamento de astronomia da USP, Roberto Costa: “elaborar programas para o planetário é uma coisa complexa, exige uma formação bem específica. E é uma pena, porque com o planetário fechado há tanto tempo esse pessoal se dispersou”.

Quanto à administração, o presidente do Clube de Astronomia de São Paulo, Denis Zôqbi, considera um erro que os planetários de São Paulo sejam geridos pela Secretaria do Verde. “O que está faltando é uma política pública de atendimento para garantir que as pessoas possam usar os equipamentos”, e sugere que a pasta da Cultura da prefeitura assuma a tarefa.

Para o professor Costa, a impossibilidade de acesso a essas estruturas é prejudicial à formação dos estudantes. “É um prejuízo grande para a cidade, para as escolas, para a educação de um modo geral, porque o estudante que deixa de ir ao planetário agora que está fechado não vai voltar daqui a dois anos quando reabrir, vai ter prosseguido na sua formação e vai ficar com essa lacuna”, analisa.

O planetário do Ibirapuera foi inaugurado em 1957 e foi o primeiro do gênero na América Latina. Para reparos desse e daquele no Parque do Carmo foram investidos R$1,2 milhão, mas nenhuma diferença foi percebida para quem passa pelo lado de fora e ainda não pode entrar. Em nota, a Secretaria Municipal do Verde promete a reabertura dos dois locais públicos para o fim do primeiro semestre.

Ouça a reportagem completa do repórter Jovem Pan Thiago Uberreich no áudio acima.