Plano de ação internacional busca proteger refugiados do Oriente Médio
Paris, 8 set (EFE).- Um total de 56 países e 11 organizações internacionais e regionais adotaram nesta terça-feira um plano de ação para enfrentar o fenômeno das perseguições religiosas e étnicas no Oriente Médio, que inclui, em particular, um dispositivo de “acompanhamento humanitário”.
“Trata-se em primeiro lugar de garantir a proteção e a assistência das povoações afetadas e prestar atenção específica aos mais vulneráveis” como mulheres, crianças, deficientes físicos e idosos que foram vítimas de violência ou correm riscos.
Segundo o documento apresentado em Paris pelos co-presidentes desta primeira conferência internacional sobre as vítimas de violência étnica e religiosa no Oriente Médio, os ministros das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e Jordânia, Nasser Yudeh, também se trata de favorecer “o retorno e a reintegração” dos deslocadas.
No centro do objetivo dos participantes da conferência estão os refugiados da Síria e do Iraque pela ação de grupos terroristas, especialmente do jihadista Estado Islâmico (EI).
Em entrevista à imprensa, o ministro de Interior da Espanha, Jorge Fernández Díaz destacou a “necessidade de as minorias étnicas e religiosas poderem voltar aos seus países, com plenitude de direitos”.
As outras duas parte do plano de ação são a “luta contra a impunidade” dos autores de crimes contra minorias religiosas e étnicas e “a promoção de um marco político para a reconciliação”.
“Não deixaremos que a diversidade desapareça do Oriente Médio”, ressaltou em entrevista coletiva Fabius, que elogiou a “mensagem de determinação” lançada em Paris, ao destacar que é necessário atuar com “urgência, porque o terrorismo não espera”.
Yudeh insistiu que o conflito contra o terrorismo no Oriente Médio “é uma guerra mundial em que os grupos jihadistas estão deformando a religião muçulmana, tomada como refém”.
Neste mesmo sentido, Fernández Díaz destacou que a guerra contra o EI “não é uma luta entre o islã e o resto do mundo, mas entre a civilização e a barbárie, já que, terroristas não representam religião alguma”.
O ministro jordaniano, que preferiu evitar o termo minorias e optar pelo de “componentes” da sociedade, também deixou claro que “os cristãos no mundo árabe constituem uma parte essencial de nosso passado e do futuro”
E sobretudo, considerou que para ganhar a batalha é precisodar perspectivas aos jovens para que não caiam nas mãos dos extremistas, e oferecer “soluções políticas e pacíficas” aos conflitos que afetam o Oriente Médio.
Concretamente, estimou que é preciso “uma solução política na Síria, uma reconciliação no Iraque e um Estado para a Palestina”.
Fabius, por sua vez, indicou que a França investirá 25 milhões de euros em um programa de ajuda aos refugiados no Líbano, no Curdistão iraquiano e na Síria.
Uma segunda conferência internacional sobre as vítimas de violência étnica e religiosa no Oriente Médio acontecerá ano que vem na Espanha, como adiantou Fernández Díaz.
“Fiz o oferecimento, que foi muito bem amparado, para dar continuidade a estes trabalhos na Espanha e abrigar esta conferência em 2016”, indicou. EFE
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