Plásticos jogados no mar causam perdas de US$ 13 bilhões

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2014 11h55

Nairóbi, 23 jun (EFE).- Os resíduos plásticos provocam perdas econômicas de US$ 13 bilhões após ser lançado no mar, cada vez mais ameaçado pelos “microplásticos”, advertiu nesta segunda-feira um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O 11° “Anuário do PNUMA” foi publicado em Nairóbi por ocasião da primeira reunião da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA), que celebra nesta semana seu ato de fundação na capital queniana.

O consumo de plástico gera custos ambientais anuais de US$ 75 bilhões, como consequência da contaminação marinha e do ar pela incineração deste material, segundo o relatório “Avaliando o plástico”, contido no anuário.

Embora a maior parte dos custos financeiros de usar plástico derivam dos danos provocados pelos gases do efeito estufa que são emitidos com o processamento das matérias-primas com as quais são fabricados (30%), os prejuízos ocasionados pelo vazamento do plástico nos ecossistemas marítimos estão sendo “subestimados”, alerta o PNUMA.

Os vazamentos desse material aumentam a mortalidade de animais como as tartarugas, golfinhos e baleias; danificam os corais e são uma importante fonte de contaminação química, que chega até os humanos após ser ingeridos por peixes ou ao afetar as praias.

Os microplásticos (partículas de 5 milímetros de diâmetro) são o principal agente de contaminação por esta via, ao ser ingeridos por peixes, pássaros, crustáceos e inclusive plâncton.

Aqueles materiais incorporados a produtos de consumo como a pasta de dentes não desaparecem no processo de depuração de águas residuais e terminam no mar, os rios e lagos.

No entanto, os patrões de consumo e a crescente população mundial não farão mais do que aumentar o consumo de plásticos, por isso que o relatório da ONU apela para empresas, instituições e consumidores para reduzir seu uso e controlar o uso desse material.

Não em vão, as empresas de produtos de consumo economizam a cada ano 2,947 bilhões de euros mediante a reciclagem de plástico.

“Não podemos viver sem plástico, mas podemos evitar que o plástico domine nossas paisagens”, assegurou o diretor-executivo do PNUMA, Achim Steiner, em entrevista coletiva.

A cientista chefe do PNUMA, Jacqueline McGlade, reconheceu que os plásticos são “um problema há muito tempo” que não pode ser ignorado na atualidade, também não por seus relativamente desconhecidos efeitos sobre os ecossistemas marítimos.

O Anuário também alerta sobre o excesso de nitrogênio no meio ambiente (anualmente são gerados 190 milhões de toneladas, 78 milhões a mais das que emanam de processos naturais) com efeitos sobre o ar, a água, a qualidade do solo e os ecossistemas.

A ONU também avisa que a aquicultor, que na atualidade fornece a metade de todo o pescado destinado ao consumo humano, tem inconvenientes como o aumento de doenças e a extinção de alguns espécies como resultado de seu rápido crescimento (30% na última década).

Com relação à contaminação do ar, o PNUMA lembrou que gera custos anuais de US$ 3,5 trilhões pelas mortes e doenças que ocasiona nas economias mais avançadas, incluindo a China e Índia.

A emergência de doenças infecciosas também está ligada às alterações no meio ambiente, acrescenta o documento. EFE

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