PMs devem ser julgados novamente por Massacre do Carandiru, decide Justiça

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2017 13h33
Mônica Zarattini/Estadão Conteúdo Massacre do Carandiru Massacre aconteceu em em 1992, quando 111 detentos foram mortos por agentes de segurança dentro de um complexo penitenciário na cidade de São Paulo

Os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram nesta terça-feira (11), por quatro votos a um, levar a novo julgamento os 74 policiais militares que foram condenados pelas 111 mortes de detentos no que ficou conhecido como o Massacre do Carandiru, em outubro de 1992.

Nesta terça, os desembargadores deveriam decidir se aceitavam ou não os embargos infringentes. Assim, a decisão definiria se os PMs seriam levados a um novo julgamento ou se seriam absolvidos.

O TJ-SP havia definido em setembro do ano passado que os júris dos 74 policiais seriam anulados. Na ocasião, o voto do relator do caso superou as expectativas da defesa ao pedir a anulação dos julgamentos e a absolvição dos condenados.

O desembargador Ivan Sartori chamou o processo de vergonhoso e disse que a promotoria não demonstrou a autoria individualizada de cada réu. De acordo com Sartori, não houve um massacre na Casa de Detenção e sim um grupo de policiais que atuaram em legítima defesa.

Entre os anos de 2013 e 2014, em cinco julgamentos diferentes, os policiais militares foram condenados. O júri, em todos eles, votou pela condenação dos réus. As penas variavam entre 48 e 624 anos, mas como a defesa recorreu da decisão, nenhum policial foi preso.

O Massacre do Carandiru ocorreu em 2 de outubro de 1992, após rebelião iniciada pelos detentos que culminou em invasão pela Polícia Militar.

O saldo foi de 111 presidiários mortos; 74 policiais militares foram julgados em cinco júris diferentes, entre 2013 e 2014 – e todos recorrem em liberdade.

Confira as informações do repórter Tiago Muniz:

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