PMs que arrastaram corpo de mulher no Rio de Janeiro são presos
Rio de Janeiro, 17 mar (EFE).- Três agentes que arrastaram uma mulher ferida por várias ruas do Rio de Janeiro em um veículo da polícia foram detidos nesta segunda-feira e serão investigados por responsabilidade no fato, que terminou com a morte da vítima, informaram fontes oficiais.
O incidente ocorreu na tarde do domingo após uma troca de tiros entre policiais e supostos membros de um grupo de narcotraficantes em Congonha, uma favela da zona norte do Rio de Janeiro.
A secretária Claudia da Silva Ferreira, de 38 anos, foi ferida acidentalmente durante o tiroteio e três policiais que passavam pelo local a colocaram no porta-malas do veículo policial para levá-la a um hospital.
No meio do caminho, no entanto, o porta-malas abriu, a mulher caiu na rua e sua roupas ficaram presas no veículo, por isso que a vítima foi arrastada durante quase 250 metros até que os policiais se deram conta do ocorrido.
A secretária, baleada na cabeça e no peito, também sofreu ferimentos ao ser arrastada, fato que agravou seu estado.
“Quando a socorreram, ela não tinha nada na perna, mas quando chegou ao hospital sua perna direita estava em carne viva”, disseram seus parentes.
Todo o incidente foi gravado em um vídeo por moradores que seguiam o veículo policial e cujas buzinadas e gritos ajudaram a alertar os policiais sobre a queda da mulher.
A vítima do tiroteio, que estava viva quando os policiais a socorreram, chegou morta ao hospital Carlos Chagas.
A direção da Polícia Militar do Rio de Janeiro ordenou a detenção imediata dos três agentes envolvidos no incidente pela forma incorreta em que ofereceram o socorro e informou que os processará administrativamente por faltas disciplinares.
“Este tipo de conduta contradiz um dos principais valores da corporação, que é a preservação da vida e da dignidade humana”, informou a polícia em comunicado.
A morte da mulher, que era mãe de quatro menores e criava quatro sobrinhos, gerou protestos em uma rua vizinha a Congonha, que os manifestantes bloquearam por algumas horas e onde atearam fogo em um ônibus.
Segundo os participantes do protesto, apesar da polícia alegar que reagiu a um ataque de um grupo criminoso, os uniformizados dispararam indiscriminadamente.
No tiroteio também morreu um homem que a polícia acusou de integrar um grupo de narcotraficantes. EFE
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