Polanski comparecerá perante justiça polonesa por processo de extradição
Varsóvia, 24 fev (EFE).- O cineasta Roman Polanski comparecerá na quarta-feira perante os tribunais poloneses no marco de um processo de extradição solicitado pelos Estados Unidos, que reivindicam o diretor por um delito de abuso sexual contra uma menor cometido na Califórnia em 1977.
A solicitação de extradição foi apresentada em janeiro e, após ser admitido o trâmite pela promotoria da Cracóvia (sul da Polônia), foi remetido ao tribunal competente dessa mesma cidade.
Nos últimos meses, Polanski passa temporadas na Cracóvia, onde prepara a rodagem de um novo filme e onde alugou o mesmo apartamento no qual viveu durante sua infância.
A defesa do diretor pediu que o cineasta compareça amanhã a portas fechadas, sem a presença de meios de comunicação, para assegurar a privacidade do diretor perante o interesse midiático que seu caso desperta.
Ainda não se sabe se o tribunal se pronunciará amanhã sobre o resultado do processo de extradição ou se precisará de mais tempo para tomar uma decisão.
O próprio Polanski declarou semanas atrás que confia na Justiça da Polônia e que acredita que não será extraditado.
Em todo caso, segundo a lei polonesa, se os magistrados decidirem a favor da solicitação de extradição, o ministro da Justiça deverá dar a palavra final em última instância, dando sinal verde ou não ao processo.
Se o tribunal negar a extradição do cineasta, a decisão será firme e definitiva.
Polanski, de 81 anos e ganhador de um Oscar como melhor diretor pelo filme “O pianista” (2002), enfrenta a acusação de ter mantido relações sexuais com uma jovem de 13 anos, Samantha Geimer, delito do qual se declarou culpado em 1977 e pelo qual passou 42 dias na prisão, sendo liberado após pagamento de fiança.
Em 1978, o diretor fugiu dos Estados Unidos antes da audiência para fixar a pena, por temor de que o juiz impusesse uma condenação severa.
Em 24 de dezembro, um tribunal de Los Angeles rejeitou o pedido de sua defesa para encerrar definitivamente o caso, que o impede de pisar em solo americano. EFE
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