Polícia bloqueia acesso de judeus à esplanada das mesquitas após distúrbios

  • Por Agencia EFE
  • 05/11/2014 09h41

Jerusalém, 5 nov (EFE).- A polícia israelense bloqueou nesta quarta-feira o acesso de judeus à esplanada das mesquitas de Jerusalém após os enfrentamentos que ocorreram no local na primeira hora entre seus agentes e manifestantes palestinos.

Um porta-voz policial confirmou à Agência Efe que o acesso a esse recinto sagrado estava fechado, depois que dezenas de jovens muçulmanos jogaram pedras e lançaram foguetes contra os agentes.

Os fatos ocorreram antes da chegada de dezenas de judeus que exigiam rezar no que denominam o “Monte do Templo”.

Agentes da polícia invadiram a esplanada, onde está a Mesquita de al-Aqsa e o Domo da Rocha, e repeliram os manifestantes.

A disputada esplanada é o epicentro da luta que israelenses e palestinos livram por Jerusalém, onde nos últimos meses são registrados incessantes choques entre as forças da ordem e jovens palestinos.

O atual espiral de violência começou em junho após a morte de três adolescentes judeus no distrito cisjordaniano de Hebron e a posterior vingança de extremistas israelenses que assassinaram um adolescente palestino que foi queimado vivo.

A sangrenta guerra em Gaza, sucessivas decisões israelenses de construir em bairros ocupados de Jerusalém Oriental e várias demolições de casas, assim como uma dialética instigadora por parte de políticos de ambos os lados elevaram a tensão a seu máximo nível em anos.

Os chamados “Fiéis do templo”, grupo nacionalista judeu, tinham convocado para hoje na esplanada uma oração por seu dirigente e rabino Yehuda Glick, alvo de um atentado palestino na semana passada e que ainda se encontra em estado grave.

“Viemos ao Monte do Templo para dizer que não temos medo e que não nos renderemos ao terrorismo, uma semana depois da tentativa de assassinato de Yehuda Glick”, disse Assaf Frid, um dos fiéis, ao serviço de notícias “Ynet”.

Os concentrados têm a intenção de entrar na esplanada com máscaras de Glick, segundo Frid.

“Nada bom sairá daqui. Eu não sei o que pode acontecer, mas nada bom”, disse à Efe Fouad Yalayal, um palestino do bairro vizinho de Siloé, onde nas últimas semanas um grupo de colonos se instalou em várias casas que adquiriram através de terceiros, elevando também a tensão.

Os organismos israelenses de segurança e especialistas acadêmicos tratam de analisar se os fatos destas últimas semanas são o começo de uma terceira intifada, após as ocorridas entre 1987 e 1993, e a de 2000 a 2005.

A situação na zona também depende da apresentação dos palestinos à ONU de uma resolução na qual aspiram que o Conselho de Segurança ordene a evacuação dos territórios ocupados por Israel no prazo de três anos. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.