Polícia brasileira mata seis vezes mais que a americana, mostra estudo

  • Por Agencia EFE
  • 10/11/2014 15h20
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São Paulo, 10 nov (EFE).- A polícia brasileira matou 11.197 pessoas nos últimos cinco anos, 107 a mais d9o que as assassinadas pelos agentes americanos nos últimos 30 anos (11.090), segundo os dados apresentados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Este número, que será apresentado amanhã, terça-feira, em São Paulo no Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), se refere à estatística dos casos com policiais dentro e fora de serviço.

De acordo com o estudo, 9.961 pessoas morreram entre 2009 e 2013 em enfrentamentos com policiais em serviço no Brasil.

Só em 2013, 2.212 pessoas morreram em operações policiais, uma média de seis pessoas por dia.

Apesar de o número de 2013 ter sido inferior ao de 2012, quando 2.332 pessoas foram assassinadas, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública ressaltou que “é necessário, urgentemente, reverter o censo de atuação das forças policiais no Brasil”.

O documento detalhou que a leve redução no número de mortes no ano passado “não indica uma melhora ou tendência de mudança”.

O anuário também constatou que 490 policiais foram assassinados em 2013, 43 a mais que o ano anterior, e que nos últimos cinco anos morreram 1.170 agentes.

Enquanto 81,8% dos assassinatos cometidos por policiais aconteceram durante as horas de serviço, 75,3% dos policiais morreram quando não estavam trabalhando.

O relatório indicou que em 2013 a violência custou R$ 258 bilhões, 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Para realizar o cálculo, o Instituto de Pesquisas Econômicas (Ipea), analisou as despesas dos diferentes níveis do governo com a segurança pública, com o sistema de saúde (quando ativado por um episódio de violência) e a contratação de segurança privada ou seguros.

O FBSP destacou que apesar do aumento no valor absoluto da despesa, foi registrada uma leve queda se for levado em conta o percentual do PIB destinado à segurança pública, que passou de 1,28% em 2012 para 1,26% em 2013.

O porcentual é superior ao que os Estados Unidos destinaram em 2013 (1,02%) e compatível ao dos 27 países que compõem a União Europa (1,3%), “embora as despesas obtidas aqui estejam muito longe dos registrados nesses países”.

“Isto indica que os recursos são insuficientes para enfrentar a situação local ou, pelo menos, estão muito mal utilizados”, concluiu o anuário. EFE

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