Polícia de Mianmar prende dezenas estudantes em manifestação
Bangcoc, 10 mar (EFE).- Após dispersar uma manifestação com atos de violência, a polícia prendeu dezenas de estudantes que protestavam nesta terça-feira em Mianmar contra a nova lei de Educação, segundo informou a imprensa local.
Alguns jornais noticiam que mais de cem pessoas foram detidas. As autoridades ainda não divulgaram o número oficial de detenções e de feridos na cidade de Lampadan, no centro do país.
“Bateram nos jornalistas, então tive que fugir”, disse um repórter ao jornal “Mianmar Times”. Segundo o “The Irrawaddy”, pelo menos duas ambulâncias deixaram o local dos confrontos com feridos.
O dia de protesto contra a lei de Educação, aprovada no ano passado, reuniu cerca de 200 estudantes em Lampadan, com a intenção de fazer uma passeata até Yangun, antiga capital do país e situada cerca de 120 quilômetros ao sul.
A polícia, que mobilizou duas vezes mais agentes que manifestantes, barrou a passagem, mas após negociações se comprometeu a deixar as pessoas seguirem com o protesto.
A violência começou quando a polícia voltou a impedir a passagem da passeata e os estudantes se recusaram a parar no meio do caminho, segundo “The Irrawady”.
Os manifestantes contra a reforma da Lei de Educação, cujos protestos começaram em janeiro, querem que sejam incluídas no plano de estudos as línguas minoritárias e que estudantes e professores possam formar sindicatos, entre outras reivindicações.
Em 2011, após quase meio século governado por generais, Mianmar iniciou um período de reformas voltadas para a paz e a democracia, guiadas por um governo civil formado, em sua maioria, por ex-generais do anterior regime.
Ativistas e organizações pró-direitos humanos pressionaram o governo para que o presidente, Thein Sein, acelere as reformas e respeite os direitos da população local. EFE
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