Polícia detém 9 pessoas que planejavam detonar bomba em Hong Kong

  • Por Agencia EFE
  • 15/06/2015 06h05

Pequim, 15 jun (EFE).- A polícia de Hong Kong prendeu nesta segunda-feira nove pessoas que supostamente planejavam detonar uma bomba no parlamento da ilha, momentos antes da votação da polêmica reforma eleitoral apresentada por Pequim e contra a qual centenas de cidadãos iniciaram manifestações.

Os corpos de segurança realizaram as prisões após a descoberta na manhã de hoje de um potente explosivo conhecido como TATP (triperóxido de triacetona) em antigos estúdios de notícias e entretenimento, já abandonados, no distrito de Sai Kung, onde agentes especializados detonaram de forma controlada o artefato, informou o jornal “South China Morning Post (SCMP)”.

Segundo essa publicação, que citou fontes policiais anônimas, os detidos são cinco homens e quatro mulheres, com entre 21 e 34 anos de idade, todos eles de Hong Kong.

Entre eles há um estudante, um assistente de professor, um operário, um técnico e três pessoas desempregadas, conforme a fonte policial.

Os nove suspeitos são membros de um “grupo radical local”, que elaboraram através da internet um plano para detonar uma bomba, de acordo à fonte citada pela publicação de Hong Kong.

Durante a batida, a polícia apreendeu nas residências dos suspeitos substâncias químicas que podem ser utilizadas para fazer explosivos e pistolas de ar comprimido.

Mais detenções são esperadas no decorrer desta semana, enquanto os detidos estão sendo interrogados, sem que tenham sido acusados formalmente.

O tipo de bomba que tinham preparado é um explosivo potente que já foi utilizado em atentados em várias partes do mundo, como em Londres, em julho de 2005, quando 52 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas.

As detenções acontecem em uma semana crucial para a história de Hong Kong, quando o parlamento votará a reforma eleitoral proposta por Pequim e com a qual o regime chinês quer limitar as possibilidades das primeiras eleições que acontecerão na região.

Quando Pequim apresentou no ano passado a reforma eleitoral para o território, milhares de cidadãos responderam com a chamada “Revolução dos Guarda-chuvas”, uma onda de manifestações em que estudantes e trabalhadores se juntaram para pedir “democracia de verdade”.

A histórica mobilização acabou em dezembro do ano passado, após a divisão interna dos manifestantes e por causa de ordens da Justiça para desobstruir as principais vias da cidade.

Ontem, milhares de pessoas voltaram a se reunir em manifestações, que não aconteciam desde a “Revolução dos Guarda-chuvas”, mas os organizadores não conseguiram a mobilização esperada, já que apenas 3 mil pessoas apareceram, quando eram esperada 50 mil.

No entanto, os organizadores esperam que a partir de hoje, até a votação da reforma no parlamento, mais gente se junte às manifestações para fazer pressão nas imediações dos edifícios governamentais, que são vigiados dia e noite pelos milhares de policiais que foram enviados para manter a ordem na cidade. EFE

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