Polícia diz ter flagrado pagamento de “mesada” a acusado
A Polícia Civil afirma ter flagrado depósitos de pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) nas contas do vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Luiz Carlos dos Santos, e da mulher dele. Esses valores somariam R$ 130 mil. A polícia afirma que o conselheiro recebia uma “mesada” da facção.
Em um e-mail de dezembro do ano passado, apreendido pela Polícia Civil, um homem identificado como Cleber Marcelino Dias dos Santos, codinome “F1”, que seria um dos braços financeiros da facção, envia mensagem para Santos dizendo que, naquela data, estava sendo feito um depósito de R$ 500 que não haviam sido pagos no mês anterior e ainda naquela semana seriam depositados “os 5 mil que faltam deste mês”.
A mensagem era em resposta a um e-mail enviado por Santos com os dados bancários de sua mulher, em uma agência do Banco Santander Segundo a Polícia Civil, a função de Santos seria incrementar as denúncias referentes a maus-tratos e abusos cometidos dentro do sistema prisional contra cidadãos detidos que fariam parte da facção criminosa. O nome dele, com a descrição dessa função, estaria em uma carta apreendida em um raio (ala) de uma das penitenciárias de Presidente Venceslau, no interior do Estado, há dois anos. O presídio, de segurança máxima, guarda a cúpula da facção.
Diante dos indícios, os sigilos fiscal e telefônico do vice-presidente do Condepe foram quebrados, segundo o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Filho, e as evidências começaram a ser colhidas. O secretário da segurança citou ainda atuação do acusado em caso recente, de uma chacina de cinco jovens da zona leste, ocorrida em Mogi das Cruzes, em que Santos teria feito acusações não comprovadas de ameaças sofridas por testemunhas, que teriam partido de policiais.
A reportagem não conseguiu contato nem com os advogados de Santos nem com defensores de sua mulher ou do homem apontado pela polícia como encarregado das finanças do PCC.
Computadores
O cumprimento dos mandados de busca relacionados a Santos incluiu uma vistoria dentro do Condepe, no centro da capital – as salas do órgão pertencem à Secretaria Estadual de Justiça e de Defesa da Cidadania, que dá os subsídios que mantêm a operação do conselho. O órgão afirma que a Polícia Civil levou um computador que pertencia ao órgão e continha informações sigilosas, como nome de pessoas ameaçadas por policiais por fazer acusações de violência e até listas com dados de pessoas incluídas no programa de proteção à testemunha do Estado, que agora foram parar em poder de policiais.
O governo confirma a apreensão de dois computadores: um notebook e uma CPU. “Eles vão ter todo o tratamento sigiloso que se faz necessário”, disse o secretário da Segurança.
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